14/06/2012 – Agendada para o período de 12 a 19 de julho, a sétima edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo reúne as novidades da cinematografia da região, trazendo obras inéditas no Brasil e selecionadas – algumas delas premiadas – em importantes festivais como Berlim, Cannes, Havana, entre outros.
O circuito de exibição em 2011 compreende o Memorial da América Latina, Cinesesc e Cinemateca Brasileira, onde serão exibidos mais de 70 filmes, sempre com entrada franca. Estão previstas as presenças de mais de 30 convidados.
Programado para a sessão da meia-noite da sexta-feira, 13 de julho, Juan de Los Muertos (Cuba / Espanha) promete causar sensação. Cubano nascido em Buenos Aires, o diretor Alejandro Brugués propõe um inventivo e surpreendente filme no qual a cidade de Havana está dominada por zumbis e é quase que completamente destruída. Vencedor do prêmio do público no Festival de Leeds, o longa-metragem é também uma sátira política à situação de Cuba, utilizando referências inteligentes e marcantes. Destaca-se a atuação de Alexis Díaz de Villegas, vencedor do prêmio de melhor ator no festival Fantasporto de 2012.
Desde sua badalada première na mostra Generation do Festival de Berlim, o road movie mexicano Um Mundo Secreto acumulou premiações (como as dos festivais de Guadalajara e Tolouse) e encantou público e crítica por sua força poética. Seu enredo acompanha uma adolescente vivida pela atriz Lucía Uribe, que parte da capital mexicana em uma épica viagem de iniciação. O diretor do filme, o estreante Gabriel Mariño, buscou retratar como pensa e sente a juventude mexicana atual, que enfrenta grande violência, instabilidade social, incertezas sobre o futuro e poucas possibilidades de trabalho.
Outro road movie presente este ano é o longa-metragem El Chico Que Miente (Venezuela / Perú / Alemanha), da venezuelana Marité Ugas. O filme, que esteve na seleção oficial da seção Generation do Festival de Berlim, narra as experiências de um menino em transição para a adolescência. Ele procura ansiosamente pela mãe desaparecida, vítima do trágico deslizamento de terras provocado pelas intensas chuvas que assolaram o estado venezuelano de Vargas em dezembro de 1999. El Chico que Miente recebeu ainda o prêmio de melhor roteiro no Festival de Havana.
Já o colombiano El Páramo (coprodução Argentina / Espanha) é um suspense de guerra calcado na realidade política da Colômbia que alcançou grande sucesso nas salas comerciais daquele país. O filme rendeu ao jovem Jaime Osório Márquez o prêmio de diretor revelação no Festival de Cinema Fantástico de Sitges (Espanha). Filmada em uma base militar a mais de quatro mil metros de altitude, a obra focaliza um comando militar que é enviado a uma região desolada em busca de uma equipe que está sem contato. Lá, encontrarão um único e misterioso sobrevivente.
A programação do evento traz mais colombiano: Porfírio (co-produção Espanha, Uruguai, Argentina e França), do diretor Alejandro Landes, que nasceu em São Paulo, filho de mãe colombiana e pai equatoriano. Exibida na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e no prestigioso festival New Directors, New Films, de Nova York, a obra é baseada numa história real e acompanha um paraplégico, vítima da violência, que planeja sequestrar um avião para ser recebido pelo Presidente do país.
A recente produção chilena, que tem despertado atenção no circuito internacional de festivais, está representada por Bonsai, o novo filme do realizador Cristián Jiménez (de Ilusões Óticas). Inspirado na obra literária homônima de Alejandro Zambra, esta co-produção com a França, Argentina e Portugal, foi selecionada para a seção Un Certain Regard do Festival de Cannes e venceu o prêmio de melhor filme ibero-americano no Festival Internacional de Miami. Trata-se de uma história de amor, de livros e de plantas, passada entre ficção e recordações.
O longa Artigas – La Redota, dirigido e fotografado por Cesar Charlone (de O Banheiro do Papa), recebeuno último mês de junho os prêmios de melhor direção e melhor atuação (para o ator Jorge Esmoris) na importante premiação uruguaia Íris. Uma co-produção Uruguai / Brasil / Espanha, Artigas – La Redota foi inteiramente filmado no Uruguai e conta a história de José Artigas, militar uruguaio nascido em Montevidéu, no ano de 1764, considerado o herói nacional de seu país.
Também estão programados os seguintes títulos brasileiros: Estradeiros, de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro; Rânia, de Roberta Marques; Pulsações, de Manoela Ziggiatti; Fala Sério!, de Augusto Sevá e Augustas, de Francisco Cesar Filho.
A programação do festival inclui ainda a Competição de Escolas de Cinema Ciba-Cilect (com curtas de instituições da Argentina, Brasil, Cuba, Equador, México e Uruguai), a mostra Fronteiras (reunindo episódios da série do canal TNT produzidos na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Panamá, Porto Rico, Uruguai e Venezuela) e uma homenagem aos dez anos de Cine en Construcción, projeto franco-espanhol voltado ao apoio de novos filmes da América Latina.
Durante o 7º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontece o Prêmio Finaliza 2012, promovido pelo Programa Cinema do Brasil, Associação do Audiovisual e a Cinecolor Digital e voltado a filmes brasileiros em fase de pós-produção. O vencedor, eleito por um júri internacional, recebe R$ 99,4 mil em serviços para finalizar o seu filme.
Uma realização da Associação do Audiovisual, Secretaria de Estado da Cultura e Memorial da América Latina, o 7º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo tem patrocínio da Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
7º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
www.festlatinosp.com.br
12 a 19 de julho de 2012
Memorial da América Latina – Av Auro S. de Moura Andrade 664, Barra Funda
Cinesesc – Rua Augusta 2075, Cerqueira Cesar
Cinemateca Brasileira – Largo Senador Raul Cardoso 207, Vila Mariana
Entrada franca
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