27/10/09 – A 8ª. Oficina para Inclusão Digital será realizada entre os dias 24 e 27 de novembro em Belo Horizonte, em um momento em que o páis debate políticas a respeito de temas fundamentais para a ampliação do acesso à informação. Será às vésperas da 1a. Conferência Nacional de Comunicação, que acontece em dezembro. E ao mesmo tempo em que o governo federal debate alternativas para uma política nacional de banda larga. É também o momento em que o Congresso pode votar, finalmente, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e em que se debate, no governo, iniciativas de apoio às lan houses.
A oficina vai reunir ativistas de inclusão e cultura digital, gestores públicos, educadores e outros participantes de iniciativas de uso da tecnologia para a inclusão social. Seus participantes da oficina lidam com esses temas no dia-a-dia e certamente poderão contribuir com propostas de políticas e de mobilização para que o país tenha políticas democráticas de acesso à informação.
Ao final dos trabalhos, será divulgada a Carta de Belo Horizonte. Cada edição da Oficina para Inclusão Digital elabora um documento com as principais reivindicações e propostas dos participantes, a ser entregue aos representantes de governo presentes no evento, e para disseminação e mobilização em outros espaços.
Além disso, serão realizadas oficinas e laboratórios sobre os mais variados aspectos do uso da tecnologia para inclusão, uma contribuição valorosa para que os projetos em andamento incorporem novos conhecimentos de gestão, elaboração de projetos, serviços de governo eletrônico, entre outros.
Veja, abaixo, os temas da programação, dividida em Plenárias, Oficinas , Laboratórios e Debates. Mais informações estão no site da 8ª Oficina para Inclusão Digital.
Plenárias
1. Conectividade: Plano Nacional de Banda Larga e a tecnologia PLC (transmissão de dados e voz em banda larga pela rede de energia elétrica)
Plano Nacional de Banda Larga: como o Governo Federal irá conectar mais de 4 mil municípios brasileiros? O cenário que se conforma com a possibilidade de utilização da rede elétrica para transmissão de dados, voz e imagem e acesso à Internet em alta velocidade por meio da tecnologia Power Line Communications (PLC). Como é o funcionamento da comunicação de sinais via rede elétrica?
2. Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades – Telecentros.BR
Resultado de um esforço do Governo Federal, sob orientação da Presidência da República e coordenação dos Ministérios das Comunicações, da Ciência e Tecnologia e do Planejamento, sendo este último o responsável pela coordenação executiva. Trata-se de um conjunto de ações desenvolvidas entre órgãos do Governo Federal, Estados, Municípios e sociedade civil que visam à instalação e manutenção, em larga escala, de telecentros. Andamento do programa. Debate junto a iniciativas aderentes e demais parceiros. Passo-a-passo da implementação.
3. Lanhouses e Telecentros: concorrentes ou aliados?
Os espaços de acesso às tecnologias da informação e comunicação com e sem fins comerciais disputam entre si ou se complementam? Existem papéis diferentes a serem cumpridos por cada um deles? Os telecentros “roubam” ou aumentam o número de clientes das lanhouses? Quais as características de cada um desses espaços na promoção da cidadania?
4. E-lixo: descarte ecologicamente correto de equipamentos de informática e recondicionamento de computadores
Discussão sobre a legislação. Panorama Nacional. Como o Brasil tem avançado nessa temática? A atuação dos poderes públicos das esferas municipal, estadual e federal. O cenário das empresas de reciclagem e logística reversa. As oportunidades e ameaças às iniciativas de inclusão digital.
5. Uso das tecnologias da informação e comunicação no ensino formal
Resultados e novidades sobre a formação a distância no ensino formal superior e técnico (UAB, e-TEC Brasil) e o uso de um computador por aluno em escolas da rede pública (Projeto Um Computador Por Aluno – UCA).
6. Política pública de Inclusão Digital: apresentação da Carta de Belo Horizonte
A Coordenação de Inclusão Digital da Presidência da República fará um balanço dos avanços a partir da Carta de Belém formulada na 7ª edição da Oficina. Apresentará e discutirá propostas de política pública federal no âmbito da inclusão digital e receberá a Carta de Belo Horizonte dos representantes da sociedade civil. Haverá debate sobre as propostas.
Oficinas
1. Elaboração e gestão de projetos comunitários
Como planejar e apresentar projetos para captação de recursos, apoios e parcerias junto aos setores público e privado. O passo a passo da formulação de um bom projeto, com objetivos claros, metas realistas, previsão de recursos compatível, resultados factíveis e indicadores de acompanhamento e avaliação mensuráveis. Como apresentar os resultados atingidos e prestar contas após a execução.
2. Como montar cooperativas tecnológicas
Sistemas: Cirandas, Farejador e Atlas Digital da Economia Solidária
Inclusão Digital para empreendimentos produtivos
As experiências de economia solidária demonstram que é possível gerar renda e promover cidadania a partir de modelos de produção justos e horizontais. As cooperativas tecnológicas são projetos que aliam essa filosofia aos processos produtivos da sociedade em rede, como o desenvolvimento de softwares, a montagem e manutenção de equipamentos, e a produção cultural. Como montar e gerir uma cooperativa tecnológica? O que as experiências já existentes podem ensinar a quem está interessado ou começando? Como podem evoluir?
Cirandas trata-se de uma rede social voltada à potencialização de redes e cadeias de produção, comercialização e consumo solidários, aberta tanto a consumidores como a trabalhadores de empreendimentos de economia solidária (associações, grupos, cooperativas).
O Farejador da Economia Solidária é um buscador georreferenciado de produtos e serviços da Economia Solidária: mais de 5 mil produtos e serviços dos mais variados setores, oferecidos por mais de 21 mil empreendimentos solidários, estão à disposição do consumidor e do público em geral. Esta ferramenta permite também, de maneira simples, a exportação de catálogo em formato de páginas amarelas para distribuição em bairros e cidades de todo o país.
O Atlas Digital da Economia Solidária permite visualizar informações a respeito da Economia Solidária no país, de forma georreferenciada, por meio de distintos recortes, que geram mapas que podem ser usados para estatísticas e estudos.
O uso das tecnologias da informação e comunicação para a auxiliar na melhoria da gestão dos empreendimentos de economia solidária.
3. Iniciativas, barreiras e propostas para a prestação de serviços públicos pela Internet
PLUG MINAS – Governo do Estado de Minas Gerais
Exposição das iniciativas do Governo Federal para estimular a prestação de serviços públicos pela Internet. Junto a isso, apresentação das ações da central de atendimento UAI e coleta das percepções dos ouvintes sobre as dificuldades encontradas no uso de serviços de governo em telecentros.
Apresenção do PLUG MINAS, centro de formação e experimentação digital onde jovens de 15 a 24 anos, estudantes das diversas escolas da rede pública do estado, desenvolverão competências para lidar com os mais variados aspectos da tecnologia e da cultura digital – por meio do acesso irrestrito às redes e da autonomia para produzir informação, arte e cultura.
4. Monitoramento remoto: instalando o CACIC – configurador automático e coletor de informações computacionais
Demonstração de como instalar e configurar o CACIC atendendo as necessidades de monitoramento remoto nos telecentros. Apresentação do SGA-LIVRE (sistema de gerenciamento de antendimento) e do COCAR (controlador de ambiente de rede).
5. Sala da educação – Trabalhando a comunicação na web e a construção de blogs
Correio eletrônico, listas de discussão, comunicadores instantâneos, salas de bate-papo, microblogs, redes sociais, entre outros. Quais são os recursos de que dispomos hoje? Qual a melhor forma de aproveitá-los sem nos perdermos no excesso de informações? Essas são as propostas centrais dessa oficina, que visa também debater como esses meios são utilizados pelos seus participantes.
Os blogs permitem, de forma fácil e ágil, a publicação de textos e imagens na Internet com um mínimo de conhecimento de utilização de computadores. Serão trabalhados os aspectos da criação de um blog, partindo do tema desejado, passando pela escolha da melhor plataforma de publicação, direitos de uso e reprodução de material disponível na Internet e estilos de escrita até chegar à configuração e produção de um blog simples pelos alunos, que poderão prosseguir com sua publicação posteriormente.
6. Web 2.0: como trabalhar com conceitos utilizando ferramentas e serviços livres
A Internet passa por um momento que é marcado pela interatividade entre as pessoas e a proliferação das redes sociais. Com isso, surgem a todo instante novos serviços pela rede. Entretanto, muitas dessas opções apresentam restrições de uso das mais diversas, indo desde limitação de idade até apropriação do conteúdo disponibilizado. Nessa oficina são apresentados diversos serviços disponíveis atualmente, suas limitações de uso e as alternativas livres.
7. Recondicionamento de computadores
O que fazer com os resíduos tecnológicos? Quais parceiros precisamos encontrar no mercado? O nicho de lixo eletrônico, como aproveitar o lixo para levantar fundos e investimento em ferramentas que proporcionem a inclusão digital? Quais são os metais encontrados nos dispositivos o que é tóxico e o que não é tóxico? Aqui estão questionamentos importantes que devemos aprender antes de trabalharmos com lixo eletrônico.
Essa discussão sobre lixo eletrônico fomenta a metareciclagem que parte exatamente do aproveitamento desse lixo que hoje é jogado fora sem os devidos cuidados, por meio da arte da inovação e da tecnologia podemos criar desde salas de aula metarecicladas (computadores recondicionados pelos alunos com software livre, doados pela sociedade ou projetos afins), até bijuterias com peças de disco rígido, fios da fonte de alimentação e outros itens que desenvolvem não só a consciência ecológica do reaproveitamento, mas também o desenvolvimento cognitivo voltado para a inovação do trabalho manual e arte digital.
8. Robótica livre: construindo artefatos robóticos a partir do lixo eletrônico
Softwares e Hardwares Livres para Robótica Pedagógica Livre – Na oficina serão utilizadas sucatas de equipamentos eletroeletrônicos e outros tipos de lixo: para a construção de kits alternativos de robótica pedagógica e protótipos de artefatos robóticos (robôs, braços mecânicos, elevadores, etc). E como base para a programação dos protótipos serão utilizados softwares livres (Linux e seus aplicativos).
9. Telecentro em nuvem
Infraestrutura de banda larga nos municípios brasileiros. Ilustração do contexto e a montagem de um sistema de terminais remotos que possa atender uma determinada área. Baseado em protocolo LTSP (Linux Terminal Server Project), a partir da utilização de computadores comuns equipados com uma placa wi-fi que possua a funcionalidade PXE (funcionalidade disponível no setup da Bios) e que estejam localizados nas imediações e dentro da zona de alcance do sinal como terminais “burros” (thinclients) do telecentro, na prática, pode-se extender seu alcance. Não apenas à área cabeada das instalações onde localiza-se o servidor, mas sim a todos os “receptores” dentro do alcance de um ponto de acesso wireless fazendo com que usuários em casas, escolas e outras instalações nas proximidades possam utilizar seus computadores como um terminal do telecentro.
Apresentação pela Anatel da substituição das metas de instalação do PST (Posto de Serviço de Telecomunicações) pelo Backhaul e a universalização dos serviços de telecomunicações em áreas rurais.
Laboratórios
1. Educação previdenciária
O público que frequenta espaços de inclusão digital muitas vezes não conhece direitos básicos de cidadania. Quais são e de que forma ter acesso a serviços de Previdência Social oferecidos via Internet? Disseminação das informações previdenciárias e os serviços disponíveis no Portal da Previdência Social.
2. Acessibilidade: um meio de inclusão social
Apresentação do Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-Mag) e de ferramentas como o Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios (ASES). Discussões de trabalhos sobre tecnologias assistivas.
3. Programas INKSCAPE e PUREDATA
Demonstração do funcionamento e aplicabilidades de forma interativa e prática. Elaboração de peças de comunicação comunitária e oficina musical interativa (jogo musical). Oficina de comunicação com o objetivo de construir um informativo com os participantes da oficina. Brincadeira interativa com a participação de dois jogadores de cada vez, usando o ambiente físico e interagindo com as máquinas.
4. Educação a distância: metodologia de construção de conteúdos para inclusão sócio-digital
Com a intensificação das políticas de inclusão digital e instalação de telecentros cada vez mais descentralizados, a educação a distância, aproveitando toda a capilaridade das novas tecnologias e software livre, coloca-se como alternativa para capacitação da comunidade no entorno dos telecentros. Além da busca pela construção do conhecimento na comunidade, esta oficina pretende mostrar como a construção do conteúdo de um curso a distância pode contribuir para a inclusão digital, social e a profissionalização dos participantes, aumentando as chances de inserção no mercado de trabalho e a própria formação dos agentes que cuidarão da manutenção, gestão e sustentabilidade dos telecentros.
Debates
1. Sistemas de gestão e monitoramento de telecentros
Debate sobre os sistemas de monitoramento e gestão já existentes e utilizados nos programas/projetos de inclusão digital de Belo Horizonte, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia (Vida), SERPRO/Casa Brasil (Rede Brasil Digital), Banco do Brasil (O Cara e Apoena), entre outros, para discutirem e demonstrarem seus módulos, funcionalidades, requisitos técnicos e documentação.
2. Regras de uso em telecentros e escolas: inclusão ou exclusão digital?
Debate sobre restrições a determinados usos das tecnologias da informação e comunicação instaladas em telecentros e laboratórios de informática de escolas: ajuda ou atrapalha a inclusão digital? Redes sociais e aprendizagem: combinações possíveis. Como permitir o aprendizado, inclusive das liberdades do software livre, em ambientes controlados?
3. Liberdade, privacidade e segurança na Internet
Debate sobre as redes sociais online que têm expandido as possibilidades de interação ao mesmo tempo em que armazenam inúmeros dados privados para uso na chamada “web semântica”. Quais as questões de privacidade, liberdade e segurança envolvidas nos usos que vêm sendo propostos para as tecnologias da informação e comunicação?
O que está sendo discutido no Congresso Nacional: quais as repercussões para a inclusão digital e o desenvolvimento de software livre.
Inserção da pauta da I Conferência Nacional de Comunicação que terá como tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”.
4. Acompanhamento e monitoramento de programas de inclusão digital e pesquisas de avaliação das políticas públicas
Debate sobre a necessidade de acompanhamento de projetos sócio-digitais – experiências conhecidas e os elementos focados no monitoramento – e os mecanismos de avaliação das políticas de inclusão digital no Brasil. Serão apresentados estudos multidisciplinares ainda iniciais que visam qualificar formas de criar possibilidades de monitoramento da apreensão dessas políticas por meio da população atendida pelos programas.