31/10/2011
Do Tele.Síntese
Embora a tendência do mercado de telecomunicações como um todo seja de um aumento nos investimentos em infraestrutura nos próximos anos, este só será maior se o governo estimular a demanda com mais isenções de impostos ao setor. É o que disse o diretor de regulamentação e estratégia de negócios da Oi, Paulo Mattos, durante o III Seminário de Telecomunicações da FIESP, em São Paulo, nesta segunda-feira (31).
“Não adianta o governo obrigar as empresas a investirem”, disse Mattos, afirmando que, embora as reduções que permitiram a oferta de R$ 35 por uma conexão de 1 Mbps do Plano Nacional de Banda Larga sejam positivas, não representam um incremento tão grande à demanda, uma vez que o serviço ainda é caro para boa parte da população. ”Obrigar sob a forma de multa não é o melhor jeito de incentivar investimentos”, afirmou o executivo. Mattos lembra que as margens das operadoras já estão bastante comprimidas atualmente, o que dificulta investimentos. “Estando as receitas estáveis e o tráfego crescendo, é certo que haverá um gap nos investimentos”, concordou Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica Brasil, durante o debate.
Para os representantes das operadoras, apenas o governo tem o poder de diminuir os preços dos serviços de telecomunicações para o consumidor final. “Mesmo com os esforços do governo com a isenção do PIS/Cofins, ainda se para 60% de imposto em um modem 3G, por exemplo”, lembrou Valente.
Mattos concorda que o país precisa diminuir o custo do equipamento, boa parte do qual é importado. “O governo está correto em criar estímulos para a produção nacional, mas precisa ter timing”, disse, lembrando que as exigências de conteúdo nacional para equipamentos fabricados localmente não condizem com a oferta. “Desse jeito, os preços não vão cair”, afirmou o executivo da Oi.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, também participou do debate, e cobrou investimentos das operadoras para atender à atual demanda. Sobre os incentivos fiscais para estimular uma futura demanda, disse apenas que “o governo discutirá a questão tributária a partir do custo-benefício”.
{jcomments on}