21/09/2011
Do blog do Flamínio Araripe
“Um grande sonho nosso é ter os Centros Vocacionais Tecnológico (CVTs) associados aos Institutos Federais de Educação”, afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, no seminário A Extensão Tecnológica no Brasil, realizado em agosto na Câmara Federal. O MCTI, segundo ele, vai aportar recursos numa ação de parceria com o Ministério da Educação articulada no âmbito da extensão da educação profissional e tecnológica que visa dar amparo institucional à atuação dos Institutos Federais nos CVTs com orientação pedagógica e manutenção.
Mercadante enfatiza que não basta só construir CVT, mas dar sustentabilidade. “Não adianta o Estado chegar lá, construir o equipamento e deixar. No primeiro ano funciona bem e no segundo. Mas no terceiro aquilo perde o sentido. Não tem como dar sustentação. As prefeituras nem sempre atendem de forma adequada. Tem que ser responsabilidade do governo federal”, afirma.
“Corcordo integralmente com Ariosto Holanda, que vem lutando há muito anos pela padronização e qualificação dos CVTs”, disse o ministro ao anunciar que o MCTI está mudando a gestão dos Centros Vocacionais Tecnológicos. “Tem que estar ligado a um instituto federal, tem de estar vinculado a uma universidade pública federal ou estadual”, disse ele, ao anunciar que o MCTI e o MEC fizeram um acordo neste sentido.
Segundo o ministro, o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), lançado pela presidente Dilma Rousseff e em tramitação no Congresso, precisa da rede de CVTs. “O país pode dar um grande salto de levar a formação profissional, a formação tecnológica e o desenvolvimento focados na vocação de cada município ou região, especialmente para as menos desenvolvidas. Um instrumento de grande impacto social e econômico são os CVTs”, declarou.
“Nossa expectativa é ampliar a rede da CVTs”, anunciou o ministro. “Mas não faremos mais só como Ministério da Ciência e Tecnologia, mas agora como Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Mudou o nome e mudou a política: queremos mais foco na inovação. Essa é a ideia”, assinala Mercadante, ao relatar que o seu antecessor, “o ministro Sergio Rezende, fez um excelente trabalho no Ministério e chamou atenção para a questão dos CVTs”.
No primeiro semestre deste ano, o Ministério trabalhou fortemente para ter a vinculação dos CVTs com os Institutos Federais de Educação, relata Mercadante. Segundo ele, o MEC vai participar do projeto, inclusive colocando recursos. “Com o MEC e MCTI, nós temos condição de pensar grande em relação à expansão. Um programa como este também dá segurança para o parlamentar. Ele vai ajudar a construir no seu município um instrumento moderno que tem sustentabilidade, tem credibilidade, que fortalece, tem visibilidade, atinge a população jovem, ajuda o mercado de trabalho e o desenvolvimento econômico”, acrescentou.
A mudança na gestão do programa dos CVTs pretende padronizar, certificar e dar sustentabilidade à rede, informa o ministro. “Queremos ampliar os CVTs, um instrumento de extensão tecnológica, que ajuda na formação do ensino profissionalizante”, explica. Os CVTs foram classificados em quatro níveis. O menor para as cidades de até 20 mil habitantes. Uma estrutura intermediária para municípios de 20 a 50 mil moradores. O maior para as localidades com mais de 50 mil habitantes. O CVT móvel, que leva os equipamentos em ônibus, caminhão ou barco, circula em áreas menos habitadas com laboratórios para área de biologia, para a indústria eletrotroeletrônica ou da área de computação para dar cursos de formar profissionais nesta área ou formar programadores, onde tem grande demanda.
Para Mercadante, este esforço do MCTI complementa o MEC especialmente no ensino profissionalizante. “Queremos que os CVTs sejam dirigidos para o que é a vocação da região e sejam acompanhados por um instituto federal ou uma universidade pública para que tenham continuidade, uma boa orientação pedagógica e tragam bons resultados”, disse o ministro.
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