Federação das indústrias estimula implantação de cidades digitais no Paraná

Uma iniciativa articulada pela Rede de Participação Política da Fiep foi responsável por implantar uma rede de acesso gratuito no bairro de Uberaba, em Curitiba. O movimento Cidades Digitais foi lançado no início deste ano.

15/08/2011

Há 90 dias funciona no bairro de Uberaba, em Curitiba, uma antena de transmissão de sinais Wi Fi que oferece acesso gratuito à internet em uma área onde vivem cerca de 5 mil pessoas. A rede foi implantada em maio, por uma iniciativa conjunta da associação comercial e da indústria da região, da empresa de telecomunicações Dipelnet e de voluntários do movimento Cidades Digitais, fomentado pela Rede de Participação Política (RPP), da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).  E já foi expandida: uma segunda torre, atualmente em teste, vai atender a uma área onde vivem cerca de 12 mil pessoas do Jardim União, Itiberê, Jardim Centauro, Vilas Icaraí, Acrópole e Audi, entre outros.

A novidade é que trata-se de uma rede criada a partir de uma iniciativa da sociedade civil. Agora, as instituições envolvidas começam a buscar soluções para manter a rede, implantada e administrada gratuitamente pela Dipelnet. Uma das alternativas é receber anúncios do comércio e da indústria da região. Mas também pode haver contribuições do poder público. Já está marcada uma reunião com a prefeitura de Curitiba, para avaliar como ela pode contribuir para manter o serviço gratuito aos cidadãos.

Cidades Digitais
O movimento Cidades Digitais foi iniciado em janeiro de 2011 pela Rede de Participação Política, da Fiep, que estimula a participação política não-partidária de empresários e da sociedade civil. Seu  objetivo é estimular a criação de uma distribuição democrática do sinal de internet, de forma gratuita. A primeira iniciativa foi realizar um levantamento sobre as prefeituras do Paraná que aprovaram leis de cidades digitais, com a expectativa de que esses exemplos levem outras cidades a oferecer conexões a seus munícipes. Essas experiências estão publicadas no site do movimento (http://www.fiepr.org.br/redeempresarial/cidadedigital/). O papel da RPP no Cidades Digitais é divulgar as iniciativas e ampliar a comunicação entre elas. Em setembro, a organização vai promover um encontro dessas prefeituras em Curitiba. Além disso, a RPP articulou um grupo de voluntários de Curitiba para desenvolver um projeto na capital paranaense – que resultou na implantação da rede de Uberaba. “A internet sempre foi um instrumento importante para a RPP”, explica José Marinho, coordenador.

O custo de implantação da primeira antena, em Uberaba, foi de cerca de R$ 11 mil. A Dipelnet, que oferece serviços de conexão a prefeituras, decidiu patrocinar a iniciativa porque avaliou que isso abriria portas para outros projetos. “Há muitas prefeituras e mesmo partidos nos procurando, para implantar redes”, explica Rodrigo Sonda, sócio da empresa. A Dipelnet implantou o projeto de cidade digital de Cascavel e atende a outros seis municípios daquela região. Tem cerca de 3,5 mil clientes, entre prefeituras, empresas e pessoas físicas, e atende cerca de 10 mil usuários em sua rede. Em Cascavel, implantou 45 pontos de distribuição de sinal Wi Fi e tem uma rede de 40 quilômetros de fibras ópticas.

Infraestrutura
O tripé de serviços de cidade digital oferecido, hoje, pela empresa, é de internet pública (acesso gratuito à população), dispositivos de segurança conectados (câmeras) e interligação dos pontos públicos. Este pacote, em Cascavel, com manutenção, call center e conexão de 60 Mbps full, foi contratado por R$ 2,2 milhões. A existência de infraestrutura de rede é fundamental para poder oferecer o serviço a este valor, explica Sonda. A rede da Copel chega a 270 dos 399 municípios do Paraná e oferece 1 Mbps por R$ 329,00, quase a metade dos cerca de R$ 600,00 cobrados pelas demais operadoras comerciais, explica Sonda. Uma câmera de segurança demanda 3 Mbps para transmitir boas imagens em tempo real, o que significa que uma prefeitura teria de pagar R$ 2 mil a cada equipamento conectado. Como a Dipelnet tem as fibras em Cascavel, pode conectar os equipamentos a custos menores.

{jcomments on}