21/07/2011
Por Francisco Weyl, ativador de redes do Telecentros.BR
Ótimo. Sucesso. Aprendizagem. Conhecimento. Participação. Começo. Motivação. Companheirismo. Troca. Idéia. Produtivo. Saudade. Carinho. Amizade. Respeito. Colaboração. Compartilhamento. Diversão. Escolha. Autonomia. Motivação. Interação. Controle. Cultura. Parceria. Meio ambiente. Lazer. Colaborativo. Amor. Conhecimento.
Mais que um jogo (surrealista) de livre associação de palavras, essas expressões, lançadas por dezenas de jovens – com um brilho magnífico nos olhos – revelam o sentimento comum que predominou em Rio Branco, Acre, entre 6 e 10 de julho 2011, período de realização do encontro presencial regional de monitores do programa Telecentros.BR.
É de se destacar neste encontro a presença de Lygia Puppato, secretária nacional de inclusão digital do Ministério das Comunicações. Ela participou de uma roda de conversa e ouviu cada um dos monitores, quem são e como atuam nos telecentros, seus sonhos, perspectivas e dificuldades, deu o tom político do evento.
“Primeiro a gente tem acreditar, gostar do que a gente faz, mas, como é que a gente avança na perspectiva de dizer que este país quer a inclusão digital? É esta a questão, porque não vale nada, na minha gestão, abrimos dez mil telecentros (e daí?), nós temos que ter a capacidade de fazer com que a sociedade se aproprie deste projeto”, afirmou a secretária.
Considerado um marco nas atividades de formação, o encontro, entre outros temas, pautou um verdadeiro mix de conhecimentos livres e ferramentas, como ética hacker, cultura digital, economia solidária, metareciclagem, áudio, blog, sistema Linux, filmes de autor e coletivos, redes sociais como face, twitter, orkut, flickr, ustream.
De acordo com o monitor Gleidson Fraitag, que não tinha noção da grandeza do projeto e nem de sua ideologia, os debates foram excelentes, e as oficinas, muito boas. “Não resolvemos os problemas do mundo, mas com certeza nós demos um grande passo pra isso. Só tenho a agradecer e trabalhar para a disseminação da idéia de que cada um pode ter a sua própria idéia”, escreveu – como comentário no blog do programa.
A estrutura disponibilizada pela equipe acreana somada ao esforço hercúleo da coordenação do Polo Norte garantiu a tranqüilidade necessária ao encontro, que levou a Rio Branco o núcleo duro do Projeto “Puraqué” (Gama, Tarcísio, Marcelo, Dennis, Adriane, Cyntia e Edilson).
O Puraqué é um coletivo que faz a cena revolucionária da cultura digital, a partir da belíssima cidade de Santarém. Com a pegada desse coletivo, os monitores acabaram por criar um blog no encontro. Eles saíram de Rio Branco entusiasmados com o programa e muito mais confiantes para pensar, falar, escrever, agir.
Para se ter idéia da dimensão deste encontro, basta observar com atenção o comentário postado no blog do programa pela monitora Maria Antônia Silva: “Esse encontro para foi muito gratificante para mim, pois vim para Tarauacá com a certeza que minha mala veio recheada de idéias, projetos e acima de tudo muita experiência. Percebi que ser monitor vai muito mais além do que eu imaginava ser. Hoje para mim ser monitor, significa ser o porta-voz da inclusão digital”.
Com metodologias dinâmicas, a galera do Puraqué deu o norte ao encontro. Que não se encerrou nele mesmo, ao contrário, ainda agora ele reverbera, com o desenvolvimento de novos projetos comunitários, de que são exemplo as práticas cineclubistas: Marcio Valente, monitor acreano, “contaminado” pelas rodas de conversa temáticas e pela programação cultural do encontro, já está rodando um cineclube na sua comunidade. E, ao que parece, novos cineclubes hão de vir.
“O evento foi um sucesso, o encontro superou as minhas expectativas, eu aprendi muito durante os 4 dias, pude conhecer pessoas maravilhosas, pessoas inteligentes, e pude aprender mais e mais, e que venha Santarém, o que eu tenho a dizer deste encontro é que ele foi com certeza muito proveitoso, de muito valor para todos nós monitores daqui do estado do Acre, Rondônia e Pará, espero que eventos como esse se repitam cada vez mais e mais. E o encontro pode se resumir em uma palavra: SUCESSO”, postou Márcio Valente no blog.
Os monitores agora se preparam para dois eventos: Fórum Amazônico de Software Livre (FASOL), que vai acontecer em Santarém, dias 30 e 31 de agosto e 1 e 2 de setembro; e também para o encontro de monitores que vai acontecer em Belém, no mês de setembro.
Veja também o artigo de Jader Gama, do Coletivo Puraqué, sobre o encontro de monitores do Polo Norte no Acre.
{jcomments on}