Por que o limite de download dos planos populares de banda larga é baixo?

Entenda um pouco mais como funcionam os pacotes populares de banda larga que as operadoras estão oferecendo, dentro do PNBL.

15/07/2011

Os planos populares de banda larga negociados com as operadoras, dentro do Plano Nacional de Banda Larga, têm os seguintes pressupostos:

1. Precisam ser vendidos sem ter oferta casada. Ou seja, a operadora tem que oferecer pelo menos um pacote só de banda larga.
2. O preço limite é de R$ 35,00. Em estados que isentam o ICMS do serviços de banda larga, esse valor cai para menos de R$ 30,00.
3. A velocidade mínima é 1 Mbps, mas não há definição de limites de upload ou download. Cada operadora define o seu.
4. Existe um cronograma de cidades a serem atendidas e aumento da velocidade mínima. Está no site do Ministério das Comunicações.
5. A Anatel vai publicar, até o final de outubro, um Regulamento de Qualidade que vai estabelecer quanto, dos 1 Mbps mínimos, as operadoras têm que garantir efetivamente aos usuários. Hoje, esse número fica em torno de 10%. Fala-se em ir para, no mínimo, 30%.

Como funciona?
Os Termos de Compromisso foram firmados entre o Ministério das Comunicações, a Anatel e as operadoras de telefonia fixa – Oi, Sercomtel (Paraná), Telefônica e CTBC (Minas Gerais). A operadora TIM também aderiu ao PNBL em contrato assinado com a Telebrás no último dia 13 de julho e irá oferecer internet de 1 mega a R$ 35 reais primeiramente nas cidades de Samambaia e Recanto das Emas, no Distrito Federal, e Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas, em Goiás, e até o final de 2012 pretende atingir cerca de mil municípios. A oferta do PNBL começa no dia 1o. de outubro. A não ser a da Vivo/Telefônica, que prometeu lançar seu pacote nos próximos dias. Os termos prevêem que a velocidade de 1 Mbps inicial oferecida no varejo evolua para até um mínimo de 5 mega na grande maioria dos municípios brasileiros até 2015.

Quanto um usuário precisa?

Sabendo isso, a próxima pergunta é: por que a oferta das operadoras tem limite pequeno de download e porque eles variam tanto? Porque elas não querem que os usuários comprem planos de 1 Mbps mais baratos, quando já estão oferecendo pacotes mais caros para esta velocidade, e há clientes que compram. Chamam isso de “não canibalizar as demais ofertas”.

Não é por outro motivo que a Telebrás, quando fez sua oferta de capacidade para as operadoras e para pequenos provedores, também dentro do PNBL, não definiu os limites de download e upload no protocolo de adesão ao PNBL que assina com seus clientes. “Não queremos interferir no modelo de negócios do provedor”, esclarece Caio Bonilha, presidente da estatal. Ele informa que o que está definido é a velocidade de 1 Mbps, o preço teto de R$ 35, além da recomendação de garantia mínima de 20% da velocidade contratada e de 60%, em média. “Como a Anatel ainda não editou o regulamento de qualidade, estamos fazendo uma recomendação, com base nos resultados da pesquisa de qualidade feita pelo Inmetro, CGI e Anatel”, informa Bonilha.

Embora a Telebrás não tenha estabelecido para seus clientes, que vão atender ao usuário, os parâmetros de download e upload, a avaliação de seus técnicos é de que limite de download de 500 MB é suficiente para um usuário iniciante no serviço de banda larga. “Esse limite é pouco para um heavy user de conteúdo multimídia, mas o banda larga popular está dirigida a famílias que não podiam ter acesso ao serviço em função do preço e não aos heavy users”, lembra Bonilha. Mas somente a Embratel oferece 500 MB de download, na Baixada Fluminense.

Uma franquia de 500 MB só permite baixar uma parte de um DVD, que usualmente tem capacidade de pouco menos de 5 GB.A capacidade usual de um CD é da ordem de 700 MB. A Oi vai concentrar sua oferta da banda larga popular na conexão fixa (sua rede 3G cobre pouco mais de 200 municípios) A Oi vai atender 4,2 mil cidades pela rede de cobre). “Como o plano de banda larga popular é um plano de ingresso na internet, seu usuário ainda não é um grande consumidor de banda. Ele vai usar o e-mail, fazer pesquisa, baixar alguma coisa do YouTube, frequentar um chat de redes sociais. Para isso, o limite de 500 MB, que em 2013 subirá para 1 GB, é suficiente”, diz um técnico que trabalhou na definição do produto. Com esse limite, segundo ele, é possível a empresa administrar esse produto, sem provocar grande impacto na base de usuários de banda larga que a operadora já tem.


Estratégias da Oi e da Telefônica
Além disso, em boa parte dos municípios atendidos pela Oi (são mais de 4.800) são poucos os usuários de banda larga, pois ela é cara. O usuário de uma cidade de 20 mil habitantes paga hoje pela linha telefônica mais uma banda larga de 600 kbps, sem limite de download, R$ 138,00 por mês, não incluído o aluguel do modem. Diante desse cenário, o oferta da Oi objetivamente terá um enorme impacto nas cidades médias e pequenas de sua região. Como ela está obrigada a vendar a banda larga sem a linha telefônica, o produto popular vai representar 1⁄4 do preço do serviço atual. Um enorme avanço que leva os executivos da operadora estimarem que a sua base, de 4,5 milhões de usuários de banda larga, deverá no mínimo dobrar.

Já a Telefônica, que atua num estado muito mais rico e com forte penetração da banda larga, optou por atender o PNBL com uma oferta concentrada na rede móvel da Vivo. Fez isso para não canibalizar sua rede fixa, onde a banda larga é vendida casada com a linha telefônica, ao preço médio (nas promoções) de R$ 70 mês por 1 Mbps. Também há possibilidade de fazer oferta casada (no PNBL). Desde que a operadora ofereça também a banda larga sozinha. E esse pacote não poderá custar mais de R$ 65. Portanto, praticamente não haverá redução, em São Paulo, na banda larga fixa, situação muito diferente do cenário na área da Oi. Na rede móvel, a oferta da Vivo até dois meses atrás para 1 Mbps e limite de 1 GB de download era de R$ 99. Agora, pela mesma velocidade, o usuário vai pagar menos de 1/3, o que explica a operadora ter colocado um limite de download tão baixo de 150 MB. (Com informações do Tele.Síntese Análise)




Planos populares de banda larga

Operadora Prestação Capacidade
de transmissão
Limite download
(1o. Ano)
Limite upload Região do país Rede
Embratel R$ 29.80 1 Mbps 1 GB 1/3 de 1 GB Baixada Fluminense Fixa, fixa + cabo coaxial
Oi R$ 35.00 1 Mbps 500 MB 128 MB Área de concessão da Oi
Fixa/ ADSL
Tim R$ 35.00 1 Mbps 500 MB 128 MB 250 municípios onde
há rede TIM 3G
Móvel, 3G
Telefônica/Vivo R$ 29.90 1 Mbps 150 MB 128 MB 1,5 mil cidades onde
há rede Vivo 3G

Móvel, 3G