29/06/2011
Invistam em tecnologias colaborativas. Incentivem inovação não apenas nas academias e na indústria, mas nas redes da sociedade. Optem pelo de desenvolvimento de softwares livres, ao fazer aquisições de sistemas para o poder público. Abram seus dados em formatos abertos e convidem a sociedade a contribuir para eliminar os bugs do Estado. Adotem recursos educacionais abertos. Se o governador Tarso Genro tinha alguma dúvida sobre como conduzir a política pública de tecnologia da informação no Rio Grande do Sul, as recomendações que ele ouviu hoje, no primeiro dia do 12º Fórum Internacional Software Livre (fisl12), foram essas. O fisl é o maior evento sobre tecnologias livres da América Latina e reúne cerca de 8 mil pessoas anualmente, dentre eles programadores, ativistas e entusiastas do software e da cultura livre.
O evento sediou a terceira audiência do Governo Escuta, em que o governador e mais cinco secretários de governo ouviram Jon Maddog Hall, da Linux Foundation; James Beasley, da Intel; Alexandre Oliva, da Free Software Foundation e Sérgio Amadeu, ativista do software livre e professor da Universidade do ABC; falarem sobre a relação entre Cultura Digital, democracia e governos no Século XXI. “Quero que o Rio Grande do Sul seja uma referência internacional de radicalidade democrática, transparência do Estado, consolidação do processo de dissolução de barreiras democráticas e autoritárias que separam o Estado do cidadão comum”, disse o governador. “É preciso abrir o código fonte do Estado”, afirmou Sergio Amadeu, em sua palestra.
Uma semana depois de a pauta do uso de tecnologias da informação ter sido tomada pelas notícias sobre ataques de crackers a sites públicos, o que se ouviu nesta mesa, no fisl12, foram propostas que colocam o debate em outra dimensão. Menos pontual. Mais estratégica. Nos próximos dias, dezenas de palestras vão dar conta do uso, desenvolvimento, manutenção de softwares livres no Brasil. Talvez, ao final dos trabalhos, as pessoas estejam se perguntando “como os governos podem ser mais interativos?” em vez de “os sites dos governos podem ser mais seguros?”. Quando a informação pública é realmente pública, a segurança é feita pela sociedade. Essa foi a mensagem que o primeiro escalão do governo gaúcho levou para casa. Veja aqui a gravação da audiência. Aqui, a programação completa do fisl12. E aqui, a transmissão da TV Software Livre, que vai transmitir ao vivo, pela internet, as palestras do evento.
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