Santana admite que entrada em operação da Telebrás pode atrasar

O presidente da empresa diz que o tempo está encurtando mas não prevê grandes batalhas nas licitações em curso.

28/10/2010
Do Tele.Síntese

A Telebrás realiza amanhã, 29, a licitação para os sistemas de transmissão do seu backbone óptico, na tecnologia DWDM. Como os critérios do leilão, apoiados na Medida Provisória 495, privilegiam a tecnologia nacional, em primeiro lugar, e a fabricação local em segundo, os fornecedores multinacionais estão praticamente fora da disputa em função da presença da brasileira Padtec. Ela não só tem tecnologia nacional, como vem disputando, com competividade, licitações no mercado privado tanto no Brasil como na América Latina. Assim, o resultado do pregão não deverá trazer surpresas.

De acordo com Rogério Santanna, presidente da Telebrás, o primeiro leilão na modalidade registro de preços, no qual se habilitaram duas empresas colocadas em segundo lugar, já que a primeira classificada pediu sua desclassificação, transcorreu sem problema e até agora não houve recurso à Justiça. “Mas não podemos descartar disputas judiciais”, o que poderá atrasar o processo.

Limite orçamentário
Embora ainda otimista, Santanna já admite que poderá ser difícil interligar as cem cidades do piloto até o final do ano e mais 96 pontos corporativos da rede de governo. “Não tenho como fazer previsões”, observou em entrevista, após participar hoje de manhã do Futurecom 2010, que se encerra hoje em São Paulo. Uma vantagem para cumprir o cronograma é que a licitação da infraestrutura deve se encerrar em disputa judicial. E a fase mais demorada da interligação das cidades está justamente na instalação da infraestrutura, como sistemas de força e gabinetes. Além das eventuais demoras do processo de licitação em si, a Telebrás depende, para fazer as compras, de que o Congresso aprove ainda este ano o aumento do seu limite de investimento para R$ 600 milhões.

Quanto à participação das multinacionais, disse que elas podem participar do fornecimentos aos órgãos de governo desde que desenvolvam tecnologia no país e tenham processo local de produção. Ou quando não houver produto nacional, como é o caso dos roteadores IP de grande capacidade. “Não se trata de reserva de mercado, mas de política de compras do governo. As medidas não envolvem o mercado privado”, voltou a insistir.

{jcomments on}