15/10/2010
do IP News
Um estudo divulgado na última quinta-feira (14) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), aponta que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como aparelhos de celular e acesso à internet, são importantes no combate à pobreza em todo o mundo.
O relatório também sugere que os governos adotem políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de TICs como uma estratégia para ajudar na redução da pobreza mundial.
“Ante nossos olhos, está se abrindo um novo horizonte em que as novas tecnologias terão uma importância radical, inclusive nos lugares mais remotos. A difusão de algumas Tecnologias de Informação e Comunicação, em especial os telefones móveis, tem aumentado espetacularmente, inclusive nas regiões em que vive e trabalha grande parte da população pobre mundial”, disse o secretário-geral ONU, Ban Ki-moon, no prefácio do relatório.
De acordo com o ‘Relatório sobre a Economia da Informação’, a população carente sofre com a falta de acesso as informações que são vitais para seu trabalho. Como exemplo, as condições meteorológicas, que poderiam ajudar um agricultor a escolher o melhor momento para a plantação e colheita. Um aparelho de celular poderia ajudar o trabalhador a receber devidas informações.
“Um pequeno empreendedor com telefone celular, mesmo que o custo no Brasil (com telefonia móvel) seja um dos mais altos do mundo, pode fazer muita coisa que não podia antes. Isso é que tem que ser potencializado”, disse o conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), Carlos Alberto Afonso, que apresentou o relatório da Unctad no Brasil.
Segundo o conselheiro, é importante destacar que, isoladamente, o uso dessas tecnologias não resolve o problema da pobreza. Para ele, o uso das TICs deve estar associado à políticas públicas que poderiam criar condições para universalizar o acesso à informação. “A banda larga, como já acontece na Finlândia e na Suíça, é parte do direito humano à comunicação formalizado em lei. Então, o cidadão tem que ter acesso a essa tecnologia, independentemente do seu nível de renda e classe social. Isso é o que temos que ver no Brasil”, afirmou.
Uma das alternativas para o País, segundo ele, seria a criação de uma rede nacional de banda larga, liderada por uma entidade estatal, que ajudaria, inclusive, a diminuir os custos da telefonia móvel no país. “O importante é que se pense que essas tecnologias têm que ser universalizadas”, finalizou.
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