Gestores públicos: falta conectividade para oferecer nossos serviços.

Um dos grandes problemas com as operadoras é a abrangência da cobertura, ainda limitada, dizem representantes do Datasus e da Prodesp.

31/08/2010
Do Tele.Síntese

A abrangência das redes das operadoras ainda é um problema para a conectividade dos serviços públicos que, muitas vezes, limita a prestação de serviços de governo pela falta da infraestrutura. O problema foi levantado durante o 8º Wireless Mundi, realizado pela Momento Editorial, e que debateu, entre outros temas, o relacionamento entre os gestores públicos e as operadoras de telefonia.

Um dos painelistas, Luis Gustavo Loyola dos Santos, diretor do Datasus (provedor de serviços no Ministério da Saúde), ao apontar a conectividade como um problema, deu como exemplo a rede Infosus (backbone nacional do Ministério da Saúde). A rede saiu de pouco mais 186 pontos Frame Relay para uma rede MPLS com 700 pontos, mas a necessidade cobertura na saúde está longe de ser atendida, informou. “Temos 60 mil estabelecimentos na saúde e apenas 700 pontos”, relatou.

Loyola apontou que o profissional de saúde é um dos que mais necessita de conectividade e mobilidade e que isso exige redes de alta performance, conectividade e redundância, além de redes sem-fio, e uso de RFID (importante no controle de medicamentos, por exemplo).

No caso da saúde, explicou, é preciso ter velocidade para o tráfego de informações, assim como para a obtenção de uma segunda opinião (no diagnóstico a distância) e na disseminação de conhecimento. “Há muitos técnicos hoje na área da saúde e é fundamental a capacitação dos profissionais para interiorizar a saúde e manter o profissional atualizado”, observou.

A qualidade do serviço, com entrega da velocidade contratada também é um desafio a ser vencido, segundo Loyola. “O serviço contratado é de 1 Mbps, o provedor oferece 10%, ou seja, acaba ficando no mínimo, e se oferece acima, acha que está dando mais do que deveria”, afirmou.

O diretor de Produção e Serviços da Prodesp (Empresa de TIC de São Paulo), Douglas Viudez, que participou do mesmo painel,  também apontou a gestão de processos como um “mal crônico das operadoras”. Segundo ele, quando a rede é ativada, funciona 100%. “O problema é a demora para ativar e recuperar os links”.