11/05/2010
Do Tele.Síntese
O presidente da Vivo, Roberto Lima, não vê possibilidade de oferecer banda larga móvel a R$ 15 por mês, mesmo com limitação de download, como propõe o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), anunciado na semana passada pelo governo. “Se tirar os 44% dos impostos sobre o serviço – ICMS – , PIS/Cofins e Fistel, o preço mínimo de R$ 59 poderia cair para R$ 41, com limite de download. Se tirar os impostos do modem, poderíamos chegar, não imediatamente, a um valor já proposto pelos governos de R$ 29,80, mas a R$ 15 eu não sei ainda como chegar”, disse.
Apesar dessa dificuldade, Lima considera que o plano tem itens interessantes como uma preocupação com a carga tributária sobre os modems de acesso internet e uma ação indutora para aproveitar a infraestrutura instalada pela iniciativa privada. “Outro ponto que nos parece importante é uma velocidade maior ao se colocar a disposição do setor privado as linhas de transmissão que hoje estão com as elétricas e algumas outras empresas públicas”, disse.
Lima ressalta que cada acesso em telecomunicações móveis que é habilitado representa o pagamento de R$ 26 para a Anatel na partida e depois mais R$ 13 por ano, referentes às taxas do Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). “É isso que torna inviável se chegar a preços mais baixos”, afirmou.
O Plano Nacional de Banda Larga lançado pelo governo prevê aumentar o número de acessos à internet em banda larga em 27 milhões de domicílios até 2014, sendo 4.6 milhões dessas conexões por intermédio da tecnologia 3G das móveis, a um preço de R$ 15, com a retirada dos custos do modem de acesso, que seriam vendidos diretamente ao usuário, com financiamento público. Os outros 23 milhões de novos acessos viriam de conexões fixas a R$ 35. Nos dois casos não está prevista a isenção de ICMS.
Nos acessos móveis, a velocidade de acesso prevista no plano é de 512 Kbps, porém com limitação de download. Nas conexões fixas, as velocidades previstas variam entre 512 Kbps e 784 Kbps.
O presidente da Vivo participou ontem à noite do seminário sobre Desafios e Perspectivas de Recursos Humanos para Inovação das Telecomunicações, promovida pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Lima defendeu maiores investimentos em capacitação de RH. “O setor móvel, por exemplo, paga anualmente R$ 7 bilhões em taxas, mas apenas 3% desses recursos são aplicados em pesquisa e desenvolvimento tecnológico”, disse.