26/03/2010 – O atendimento a indígenas urbanos ou em trânsito é prioridade na Estação Digital Indígena Intercultural Cacique Mário Juruna, inaugurada dia 23, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília (DF). Mas a unidade, de uso gratuito, está aberta a estudantes e à população em geral. O espaço – onde ficam dez computadores com internet, web cam, fone de ouvido e microfone, impressora, mesas, quadros e armário – foi financiado pela Fundação Banco do Brasil (FBB), em parceria com o Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC).
O gerente do Memorial dos Povos Indígenas, Marcos Terena, afirma que a estação servirá não apenas como um “espaço de exercício”, mas também como um “espaço para capacitar o indígena a estar no mercado de trabalho”. “Com a estação, nós teremos a oportunidade de transformar o memorial em um ponto de referência da cultura indígena, e que também mostra aos próprios indígenas outras faces da cultura brasileira, como o acesso a novos conhecimentos”, diz Terena. Atualmente, o memorial tem uma visitação média mensal de 3.500 pessoas.
De acordo com dados do Memorial, Brasília tem cerca de oito mil indígenas na área urbana. Essas pessoas, que vêm à capital para estudar e trabalhar, são o público alvo da estação. A formação em informática será oferecida aos indígenas por dois educadores sociais, capacitados pela Fundação Banco do Brasil em parceria com a ONG Programando Futuro. Os educadores, indicados pelo ITC, são capacitados em temas como Prática de Projetos, Educação e Cidadania, Cultura Regional na Sociedade da Informação, Cidadania e Identidade Cultural, além de aulas de Informática, Internet e Listas de Discussão, Segurança da Informação e HTML, e Estrutura Física do Computador. Eles vão receber uma bolsa de R$ 300 mensais, por 12 meses, para custeio de transporte e alimentação. A ideia é que os próximos educadores sejam indígenas.