Mostra de Vídeo Participativo com Saúde e Alegria reúne jovens ribeirinhos

A 3ª Mostra de Vídeo da Rede Mocoronga de Comunicação será realizada neste final de semana, com a participação de mais de 50 jovens e oito videos produzidos em oficinas nas comunidades ribeirinhas de Belterra e Santarém.

19/03/2010 – Mais de 50 jovens, dos municípios de Santarém (das comunidades de Urucureá, Cachoeira do Maró e Nuquini) e de Belterra, vão se reunir neste final de semana no Pontão de Cultura Digital do Tapajós para a 3ª Mostra de Vídeo da Rede Mocoronga de Comunicação.

Os vídeos foram produzidos pelos jovens durante as oficinas de capacitação realizadas nas próprias comunidades, viabilizadas pela parceria entre o Projeto Saúde e Alegria (PSA) e a Escola Nórdica (Suécia). O PSA recebe estudantes suecos que, durante seis meses, conhecem a realidade Amazônica e ensinam os jovens das comunidades a produzir vídeos.

As oficinas de vídeo participativo, com duração média de dez dias, abordaram produção de conteúdo com elaboração de roteiro, técnicas de operação de câmera de vídeo e edição de imagens. O objetivo é que, ao final do curso, os participantes estejam aptos para usar o vídeo como mais uma ferramenta para retratar sua realidade.

Vídeos participativos são vídeos produzidos pela comunidade. Em alguns casos visam o resgate da cultura local, para que as comunidades ribeirinhas digam ao mundo quem são, o que são e qual a sua realidade. Fora da Amazônia todos estão com a atenção voltada para lá, mas pouco se sabe sobre a realidade das comunidades. É o exemplo dos jovens de Belterra, que produziram um vídeo mostrando que na amazônia não existe só mato. Pessoas moram, trabalham e são felizes com a vida em suas comunidades.

Serão exibidos oito vídeos. De acordo com Fabio Pena, coordenador do Núcleo de Educação, Cultura e Comunicação do PSA, o que há de comum entre eles é o caráter experimental como foram elaborados. Além de ter sido um processo participativo, a maioria dos jovens nunca havia manejado uma câmera com a tarefa de produzir um pequeno vídeo. Do ponto de vista temático, a variedade é grande. “Alguns jovens retrataram vários aspectos de suas comunidades ou de seu cotidiano, outros destacaram elementos da cultura, outros mostraram aspectos do desenvolvimento da comunidade ao longo do tempo, por meio de entrevistas com pessoas mais velhas”, conta Fábio.Em alguns casos, as narrativas enfocam temas ligados ao universo juvenil, como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, namoro etc.

Concluídas as oficinas, a proposta é formar grupos de produção de vídeo independente nas comunidades que possuem telecentros da Rede Mocoronga. Todas as comunidades que participaram têm telecentros (apesar de alguns não terem conexão). Nesses espaços, os jovens dispõem de projetos de vídeo e computadores. E o PSA está buscando apoio para adquirir câmeras. Em uma das comunidades onde houve oficina, Suruacá, já há uma câmera.

Os jovens produtores novamente serão homenageados com a entrega do Troféu “Mocoroscar”, uma premiação simbólica incentivando suas criações. E os videos serão publicados no YouTube, no blog da Rede Mocoronga. (Com informações do Projeto Saúde e Alegria)