Brasil cresce no ranking mundial da internet, mas com baixa penetração e velocidade de conexão.

País tem 10,8 milhões de endereços IP e está em nono lugar no mundo neste quesito. Mas ainda tem uma baixa penetração (0,06 endereços per capita) e 20% de suas conexões estão abaixo de 256 Kbps.

09/03/2010 – O Brasil está entre os dez países do mundo com maior número de endereços IP, mas ainda longe de chegar a esta seleção em termos de penetração da internet (endereços IP per capita) e velocidade de suas conexões. Os dados são do relatório trimestral “The State of the Internet Report”, divulgado pela empresa norte-americana Akamai e referente ao 3º trimestre de 2009.

De acordo com o relatório, o Brasil possui 10,8 milhões de endereçamentos (único) IP. O endereçamento (único) IP é um número digital atribuído a cada dispositivo conectado à grande rede de computadores mundial. No terceiro trimestre, foi o país que registrou o maior índice de crescimento de endereços IP, de 7,3% comparado com os 6,3% do segundo colocado, a China.

Em termos anuais, no entanto, as posições se invertem: o Brasil ficou em segundo lugar no crescimento de endereços IP (23%), atrás da China, que registrou 30% de crescimento. Ao longo desses mesmos 12 meses, a média anual de crescimento foi de 17%.

O mundo possui 444 milhões de endereçamentos IP. Em termos relativos, o número de endereçamentos IP dos EUA – com 119,2 milhões – é mais que o dobro do segundo colocado (China), com 49 milhões de endereçamentos, e onze vezes maior que o do Brasil.

Desde o terceiro trimestre de 2008 o país pertence ao seleto clube dos dez países que mais possuem dispositivos ligados à Internet. Ingressou no clube em 10º lugar, quando deslocou a Itália no ranking. Agora, está em nono, deixando a Espanha, na décima posição.

Penetração
Já quanto ao endereçamento IP per capita, que leva em conta a população do país, os líderes mundiais são países europeus e os EUA. O grande desafios dos BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China – é a melhoria da universalização do endereçamento IP (internet Protocol). Nenhum deles está no clube dos dez mais. No Brasil, há 0,06 endereços IP per capita.

A velocidade média mundial na internet é de 1,7 Mbit/s, enquanto no Brasil ela é de 1,05 Mbit/s. As velocidades das conexões brasileiras, de acordo com o relatório, estão distribuídas da seguinte maneira: menos que 1,4% estão acima de 5 Mbit/s; 11% estão acima de 2 Mbit/s e 20% são menores que 256 Kbps.

Os três campeões mundiais no item velocidade são Coreia do Sul (14,7 Mbit/s), Japão (7,9 Mbit/s)  Hong-Kong (7,6 Mbit/s). Os EUA ocupam o 18º lugar do ranking, com velocidade média de 3,9 Mbit/s. Cento e três países possuem conexões internet com velocidade média abaixo de 1 Mbit/s.

Cidades velozes
No Brasil há quatro cidades – Belo Horizonte, Campinas, Florianópolis e Curitiba – com velocidades de 1,6 a 1,9 Mbit/s. Dez países têm de 84% a 94% de suas conexões IP com velocidade igual ou acima de 2 Mbit/s (conexão considerada como banda larga). Globalmente, 53% das conexões IP estão acima ou igualam a velocidade de 2 Mbit/s. O Brasil detém três dentre as dez cidades líderes da América Latina com percentuais de suas conexões IP, com velocidade igual ou acima de 2 Mbit/s (banda larga). São elas: Curitiba (35%), Belo Horizonte (26%) e Porto Alegre (20%), respectivamente em 4º, 5º e 10º lugares da lista das dez mais.

Enquanto Ásia, Europa e EUA têm mais de 30 cidades com altos percentuais (74% a 92%) de suas conexões IP, com velocidades igual ou acima de 5 Mbit/s (High broad band), as dez cidades campeãs da América Latina têm porcentagens bem mais baixas, da ordem de 1,2% a 6,2%.  O Brasil detém seis das dez cidades líderes em percentual de conexões internet acima de 5 Mbit/s. A saber: Florianópolis (5,1% das conexões acima de 5 Mbit/s), Curitiba (4,5%), Campinas (3,4%), Porto Alegre (2,8%) e Brasília (1,2%).

 

Banda estreita
Em termos de banda estreita, 20% das conexões IP no Brasil são iguais ou inferiores a 256 kbit/s. Neste quesito, o País perde para Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela.

Conclui a análise que, apesar da quantidade relativamente alta de endereçamentos IP – que situa  o Brasil dentre os “dez mais” do mundo –, o País apresenta uma baixa penetração de IP per capita, sugerindo melhoria na sua universalização. No tocante a velocidade das conexões em “banda larga” de 2 Mbit/s e de “banda larga alta” de 5 Mbit/s, há ainda muito caminho a percorrer, não só para alcançar os índices da Ásia, Europa e EUA, mas até para se firmar como o país líder na América Latina em relação a conexões internet.

O relatório pode ser baixado aqui. Há um artigo sobre ele no site da Telebrasil.