14/10/09 – No debate sobre o Plano Nacional de Banda Larga, em curso no governo federal, uma das principais questões a serem respondidas é em que medida as empresas privadas podem contribuir para a democratização do acesso à internet em alta velocidade no Brasil. As operadoras de telecomunicações se posicionam em relação ao tema reivindicando participação no projeto do governo ou tomando iniciativas para demonstrar a intenção de ampliar a base de usuários do serviço, com ofertas para consumidores de menor poder aquisitivo.
Hoje, no Futurecom 2009, evento do setor de telecomunicações, Otavio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, um dos sócios privados da Oi, afirmou que a proposta de criação de uma estatal de banda larga é um equívoco, “porque não precisa já que as empresas privadas podem atender as demandas a serem fixadas pelo governo”. Veja a notícia completa aqui. Em uma palestra no mesmo evento, a democratização do acesso à internet em banda larga foi defendida pelo presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente. Ele informou que uma das iniciativas da operadora para contribuir com a expansão do acesso para as classes C e D no Estado de São Paulo, sua área de concessão, será a oferta da Internet Popular, na modalidade pré-paga.
O anúncio oficial será feito amanhã pela Telefônica e pelo governo do Estado de São Paulo. Para que o serviço tenha um preço menor, o governo abrirá mão da cobrança do ICMS (além de São Paulo, já aderiram ao convênio do Confaz que permite essa isenção, o Pará, o Rio Grande do Sul e o Distrito Federal). Valente não deu detalhes do programa e não quis confirmar se o preço pelo serviço será de R$ 30, incluindo o modem. Na proposta apresentada ao Confaz, o limite do valor da mensalidade que teria desconto de ICMS seria este. Este valor, no entanto, estava sendo questionada pelas operadoras, principalmente as celulares, sob a alegação de que o preço não cobre o custo do equipamento.
Vendas Speedy: 50% classe C.
No período de 26 de agosto, quando foram retomadas as vendas do Speedy, até ontem, a Telefônica comercializou 111 mil pontos, superando a marca das vendas do serviço desde o seu lançamento. Segundo Valente, todas as vendas foram por demanda do usuário. “Neste momento de ajustes não estamos fazendo campanha para comercializar o Speedy”, comentou. O presidente da Telefônica informou ainda que 50% dos 111 mil pontos foram vendidos para usuários da classe C.
Valente informou, ainda, que a Telefônica está fazendo testes em São Paulo para avaliar a viabilidade técnica da solução Wi-Mesh e que ma das possibilidades é usar esta solução para lançar um serviço de acesso à banda larga na modalidade pré-paga. A Telefônica está realizando testes de rede Wi-Mesh na região do ABC paulista. “Estamos trabalhando para disseminar os serviços (de banda larga) e viabilizar um modelo de negócio”, comentou o executivo. Os planos da Telefônica são de lançar o serviço, em Wi-Mesh, no primeiro trimestre de 2010. A solução já é usada em Minas Gerais, pelo governo do estado, no projeto Minas Digital, que leva banda larga a cidades com menos de 20 mil habitantes. (Com informações de Luana Aquino, Fátima Fonseca e Lia Ribeiro Dias, do TeleSíntese)