14/07/09 – O Coletivo Lixo Eletrônico publicou um manifesto pela inclusão do setor de eletroeletrônicos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na proposta apresentada pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), relator do grupo de trabalho criado na Câmara dos Deputados para debater o tema, os eletroeletrônicos não são obrigados a implantar sistemas de logística reversa. Na logística reversa, o fabricante é responsável pela coleta dos resíduos dos produtos descartados, para reciclagem e reaproveitamento no ciclo produtivo ou para uma destinação final que não cause impactos ao ambiente.
Pela relatório de Jardim, serão obrigados a implantar a logística reversa somente setores que já têm sistemas definidos em resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Este não é o caso dos eletroeletrônicos. Uma lista dos produtos incluídos nesta categoria, no entanto, dá uma ideia dos problemas que seu descarte pode gerar, ao fim da vida útil: são monitores, tevês, computadores, celulares, telefones, fax, impressoras, DVDs, videocasstes, CD players, rádios, geladeiras, máquinas de lavar, secadoras, aspiradores, aparelhos de ar-condicionado, ferros de passar roupa, cafeteiras, mixers.
“Os equipamentos eletro-eletrônicos produzem lixo tóxico, volumoso e de reciclagem complexa. Segundo estudos do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), sobre o riscos e ameaças ao meio ambiente e à saúde humana dos resíduos eletrônicos, a maioria destes produtos contêm substâncias tóxicas como polímeros anti-chamas (BRT), PVC, e metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio”, diz o manifesto.
Muitos desses equipamentos sofrem do que se chama de obsolescência programa, ou seja, são trocados a cada período porque a indústria lança novos e mais poderosos modelos. Somente no ano passado foram vendidos, no Brasil, 12 milhões de novos computadores e notebooks, 53 milhões de aparelhos celulares e 11 milhões de aparelhos de tevê. Os celulares são trocados, em média, a cada 18 meses. os computadores, a cada quatro anos.
“Os eletroeletrônicos estarão cada vez mais presentes na nossa vida, trazendo benefícios na mesma velocidade em que produzem mais lixo com o qual ainda não lidamos corretamente. Regulamentar sua destinação é condição urgente e necessária para que possamos continuar a nos beneficiar dos avanços da tecnologia de maneira sustentável, sem pagar um alto preço ambiental e à saúde de nossa população”, diz o manifesto, que está publicado neste endereço. Os deputados federais Paulo Teixeira (PT/SP) e dr. Nechar (PV/SP) se manifestam favoráveis à obrigatoriedade do setor de implantar sistemas de logística reversa em suas sugestões ao relatório do deputado Arnaldo Jardim.