O site de compartilhamento de arquivos Pirate Bay foi vendido à Global Gaming Factory X (GGF), por 60 milhões de coroas suecas (5,5 milhões de euros). Há comunicados (em inglês) sobre a venda nas homepages do Pirate Bay e da GGF, uma empresa de capital aberto, sueca, e que é, de acordo com ela mesma, proprietária da maior rede de cibercafés e salões de jogos do mundo.
O negócio deve ser concluído apenas em agosto. A GGF vai buscar financiamento para a aquisição do Pirate Bay e também da Peerialism, companhia sueca que desenvolve tecnologia na área de compartilhamento de arquivos e vai custar 100 milhões de coroas suecas (9,2 milhoes de euros), dos quais pelo menos 50 milhões em dinheiro.
O que assustou usuários do mais importante site de Torrent do mundo foi a afirmação de que a GGF pretende criar “novos modelos de negócio para compensar provedores de conteúdos e proprietários de direitos”, de forma a legalizar o site. Será que vai haver pagamento pelo conteúdo baixado a partir do site? Mais de 50% dos arquivos baixados em redes Torrent vêm de servidores do Pirate Bay, de acordo com levantamento da Trible P2P Team.
Outra informação relevante é que o Pirate Bay vai deixar de hospedar arquivos Torrent e suspender seu tracker (software de busca de arquivos). Sem a existência de um tracker, o protocolo BitTorrent não consegue conectar os usuários que partilham arquivos com aqueles que pretendem descarregá-los.
“Trata-se de modularizar o serviço, separando as funções de tracker (que orienta a distribuição dos arquivos), search (onde indexam-se os meta-arquivos ‘.torrent’) e host (que armazena os meta-arquivos), atualmente exercida por um único serviço, em três empresas independentes”, explica o blog Trezentos. “Isso dificultará imensamente construir o argumento legal que se usou para atacá-los e permitirá uma descentralização do ecosistema que, com isso, se tornará mais resiliente.”
De acordo com informação de Peter Sunde, um dos criadores e porta-voz do Pirate Bay, divulgada no site Torrent Freak (em inglês), os arquivos serão hospedados em um novo serviço externo, aberto a outros sites de torrents por intermédio de uma interface de programação pública.
O valor da transação é bastante inferior ao que seria de esperar para um dos 100 sites mais visitados do mundo. A equipe do site afirma que irá dedicar-se ao lobbying favorável à liberdade de expressão na internet e garante que esta é a melhor solução para assegura a continuidade e a evolução do Pirate Bay. “Muita gente está preocupada. Nós não estamos e vocês também não deveriam estar!”, diz seu comunicado. “O mais interessante é que são as pessoas certas com a atitude correcta e boas chances de manterem o site em funcionamento. Como todos vocês sabem, o site não tem sofrido grandes melhorias nos últimos dois a três anos (…) Na internet, as coisas morrem se não evoluem. Não queremos que isto aconteça”.
Os piratas suecos sabem melhor do que ninguém que caso os novos proprietários arruinarem o site, os utilizadores rumarão em massa para outras paragens, pondera o blog Remixtures. “Essa é a melhor garantia de que temos que o site continuará a ser administrador da forma que todos desejamos”, diz o comunicado do Pirate Bay.