N@escola – Minas Gerais coloca suas escolas em rede


O projeto da Secretaria de Educação é equipar as 4 mil escolas da rede estadual com laboratórios de informática conectados à internet em banda larga até o final de 2006. 



O projeto da Secretaria de
Educação é equipar as 4 mil escolas da rede estadual com laboratórios
de informática conectados à internet em banda larga até o final de 2006.
Vera Lucia Miranda

Até o final de 2006, todas as 4 mil escolas da rede estadual de Minas
Gerais – com um total de 2,7 milhões de alunos e 160 mil professores –
estarão equipadas com laboratórios de informática conectados à
internet, em banda larga. Essa é a promessa do governo do estado,
traduzida no programa Escolas em Rede, lançado em agosto de 2004. Isso
significa que, por mais longínqua e pobre que seja a região, e por
menor que seja a escola, terá, no mínimo, um computador ligado à
internet, garante o secretário-adjunto de Educação, João Antonio
Filocri Saraiva, que coordena o programa.

“A grande motivação do programa é ajudar a reduzir as imensas
desigualdades existentes entre as diversas regiões do estado”, explica
Filocri, lembrando que áreas como o Vale do Jequitinhonha, o norte de
Minas e o Vale do Mucuri estão entre aquelas que apresentam o menor
Índice de
Toda a rede roda em software
livre.
Desenvolvimento Humano (IDH) do país. “As escolas dessas
regiões passarão a ter os mesmos
recursos, tecnológicos e didáticos,
que aquelas da capital. E como, em muitas localidades, a escola é o
equipamento social mais importante, poderá passar a ser, também, um
ponto de impulso ao desenvolvimento local”, acredita ele.

Até agora, os computadores já chegaram a 701 escolas: todas as da
capital, todas as da Região Metropolitana de Belo Horizonte e 172 do
interior do estado. E, no fim deste ano, o total de escolas equipadas
chegará a 1,6 mil. Filocri informa que estão em fase final de
preparação os editais para a compra dos computadores e a contratação
dos acessos em banda larga para atingir essa meta. Contando com essas
novas aquisições, o governo terá gasto, até o fim do ano, cerca de R$
22 milhões.

Mas, nem todos os computadores foram comprados na atual gestão: muitos
que haviam sido adquiridos em anos anteriores foram aproveitados e,
além disso, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) doou 630
micros para o projeto. Outra parceira é a Telemar, que está
proporcionando o acesso em banda larga (Velox), gratuitamente, para 371
escolas. O convênio tem a duração de um ano e termina este mês, mas
Filocri diz que ele será renovado, por mais um ano. Além disso, 290
escolas do interior contam com a conexão via satélite proporcionada
pelo Governo Eletrônico-Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), do
Ministério das Comunicações.

O modelo de laboratório implantado nas escolas mineiras é constituído
do que Filocri chama de kit composto por um servidor de grande
capacidade, capaz de gerenciar todo o serviço administrativo da escola
e até 30 estações de trabalho para alunos e professores. A configuração
vai depender do tamanho da escola, mas a média é quatro estações na
área administrativa (diretoria, secretaria, biblioteca e sala de
professores) e dez para os alunos.

Sofware livre

Todo o sistema roda uma solução baseada em software livre, desenvolvida
pela empresa Metasys, de Belo Horizonte, que venceu o pregão lançado
pela Secretaria de Educação, no ano passado. Segundo Carlos Alberto
Senna de Lima, diretor executivo da empresa, a solução é composta de 80
softwares que podem ser embarcados em qualquer tipo de hardware, e
sobre ela há uma camada de atualização auto-instalável, que pode ser
executada remotamente. A Metasys garantiu, à secretaria, um ano de
suporte técnico e atualização tecnológica, com renovação anual.

O programa Escolas em Rede integra o Projeto Estruturador Inclusão
Digital do governo do Estado, coordenado pela Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior e que, entre outras ações, prevê a
instalação de telecentros em todos os municípios e Centros Vocacionais
Tecnológicos (CVTs) em, pelo menos, 108 cidades. “Mas, como o projeto
para a educação é muito grande, praticamente tem vida própria”, diz
Filocri.

A instalação de laboratórios de informática em todas as escolas até o
fim de 2006 e a conexão entre todos eles e a Secretaria de Educação são
apenas duas das cinco metas do programa Escolas em Rede, que contou, na
sua elaboração, com a consultoria do professor Ivan Moura Campos,
ex-coordenador do Comitê Gestor da Internet (CG). Outra meta, diz
Filocri, é implantar um Sistema de Gestão Escolar também em todas as
escolas, no mesmo período. Pelo menos 450 unidades, em Belo Horizonte e
na Região Metropolitana, já estão com o sistema no ar. Esse programa,
além de facilitar a gestão da escola propriamente dita, vai permitir a
comunicação online das diretoras com a Secretaria de Educação,
dispensando os complicados e demorados relatórios em papel – e, no
caminho inverso, dar, à secretaria, subsídios para adotar medidas de
melhoria de forma mais rápida.

Projetos setoriais

Uma das primeiras tarefas que as escolas já estão executando,
utilizando esse sistema, é a atualização das matrículas. Filocri
informa que vai ser criado um número único para identificar todos os
alunos da rede estadual, trabalho que deverá estar concluído em
outubro, pelo menos nas escolas da capital e da Região Metropolitana.
Será um código provisório que, futuramente, será substituído pelo
número único a ser criado pelo Ministério da Educação.

Os laboratórios têm
até 30 estações.


Ao mesmo tempo em que providencia o equipamento tecnológico das
escolas, a secretaria cuida de outra meta que é a construção do Centro
de Referência Virtual do Professor (CRV), um grande
portal aberto a
todo o corpo docente da rede estadual, com material de apoio à
atividade docente, biblioteca virtual, cursos para desenvolvimento
profissional, troca de recursos educacionais, notícias, eventos, etc.
Os professores poderão não só buscar informações nesse portal como
colaborar na sua construção, informa Filocri.

Além disso, estão sendo elaborados, por uma equipe multidisciplinar,
que inclui profissionais das secretarias de Educação e de Cultura e da
Fundação João Pinheiro, projetos de ensino para serem usados por várias
escolas, em colaboração. Um desses projetos é chamado Minas põe a Mesa,
que pretende fazer um levantamento de hábitos alimentares de várias
regiões do estado; outro é Casos de Minas, ponto de partida para
estudos dos pontos de vista histórico e literário.

www.educacao.mg.gov.br – link para o Centro de Referência Virtual do Professor