Dos mil novos pontos do programa Gesac (Governo eletrônico – serviço de
atendimento ao cidadão), 220 devem ser destinados a comunidades
indígenas. A demanda para instalação das conexões foi identificada a
partir da 4ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada no final
de março, em Rio Quente (GO), e que contou com um telecentro Gesac.
Segundo Heliomar Medeiros, diretor de Serviços de Inclusão Digital do
Minicom, inicialmente, serão implantados dez pontos piloto em aldeias
inseridas nos distritos sanitários de saúde indígena mapeados pela
Funasa, e localizadas nas regiões Norte e Nordeste. A seleção das
comunidades será feita a partir de uma avaliação do Fórum de Lideranças
Indígenas, em conjunto com o Minicom e a Funasa. Entre os critérios,
serão considerados maior grau de dificuldade de comunicação da
comunidade, menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e maior
incidência de doenças. “Queremos levar às aldeias serviços de
telemedicina e educação a distância”, afirma. Pontos Gesac nas
localidades de São João das Minas (MG), Cabrália (BA), Itaituba (PA) e
Bahia da Traição (PB) conectaram comunidades indígenas com a
conferência de saúde, permitindo a sua participação a distância.
Além da parceria com a Funasa, o ministério também estuda participar de
projeto com a UIT (União Internacional de Telecomunicações), para
ampliar a inclusão digital das comunidades indígenas brasileiras.
Representantes da UIT de Brasília e de Genebra, da Nação Navajo, que
representa indígenas de quatro estados dos Estados Unidos, e da OnG
Comitê Intertribal estiveram no ministério para conversar sobre a
participação do Gesac no projeto. Na Cúpula Mundial da Sociedade da
Informação, realizada em Túnis (Tunísia), no final do ano passado, a
UIT, de acordo com Medeiros, aprovou a recomendação de se criar um
portal global na internet para as comunidades indígenas.