Banda larga: é hora de quebrar paradigmas.

As propostas para vencer as barreiras que impedem a ampliação da área de cobertura e o aumento da capacidade de acesso à internet, com preços mais baixos.


As propostas para vencer as
barreiras que impedem a ampliação da área de cobertura e o aumento da
capacidade de acesso à internet, com preços mais baixos.
 
Lia Ribeiro Dias e Verônica Couto*

O grande desafio que se coloca para incluir o Brasil na Sociedade da
Informação — conectar as escolas públicas à internet e ampliar o acesso
à rede de computadores para a maioria da população a partir de pontos
públicos — é, antes de mais nada, construir uma infra-estrutura de
banda larga. Essa rede cobre menos da metade dos municípios do país,
boa parte dela é de baixa velocidade — calcula-se que só 300 municípios
contam com infra-estrutura com suficiente largura de banda. E, além de
tudo, o preço é caro, pois, fora das regiões ricas das grandes cidades,
praticamente não há competição.

No ritmo atual de expansão da banda larga no país, com cerca de 400 mil
a 500 mil novos assinantes por trimestre, o país só chegará a dez
acessos de banda larga por cem habitantes em 2014 — hoje são 3,8/100
habitantes. Uma marca modesta demais para permitir ao Brasil qualquer
protagonismo na sociedade do conhecimento compartilhado em rede. Os
países líderes têm densidade superior a 30 acessos de banda larga por
cem habitantes e a taxa média dos países (os mais industrializados) que
compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) é de 18,8/100, de acordo com o relatório de outubro de 2007. A
baixa densidade da banda larga no Brasil não é exceção na América
Latina. Mas o Brasil está atrás de países do mesmo estágio de
desenvolvimento, como Chile e México, de acordo com o Digiworld América
Latina 2007, que traz dados de 2005. O ranking da OCDE confirma
a dianteira do México — único país latino-americano que integra aquela
organização — em relação ao Brasil. Sua taxa de penetração de banda
larga era, em junho, de 4,6%.