Ginga: a interatividade que o país espera.

ARede nº52,outubro 2009 – No sistema brasileiro de TV digital, a tecnologia que permite aplicações de interatividade vem de um conjunto de programas de grife nacional, o middleware Ginga. Em desenvolvimeto há 18 anos,  por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a tecnologia foi patrocinada com recursos das universidades envolvidas, do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel); da CAPES e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Aprovado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão das Nações Unidas para padronização e regulamentação das telecomunicações, o Ginga tem código aberto e dois subsistemas. Para recepções em dispositivos móveis, como celulares e notebooks, o Ginga-NCL (do inglês, Nested Context Language) já está pronto e disponível no mercado. Para os dispositivos fixos, como os aparelhos de TV analógica, é preciso usar o Ginga-J (baseado em linguagem Java), que está em consulta pública – ou seja, ainda está recebendo contribuições de colaboradores.

“Esperamos que o padrão seja aprovado em breve”, afirma Luiz Fernando Soares, um dos integrantes do projeto Ginga na PUC-RJ. “No primeiro semestre de 2010, o mercado deverá ser inundado por produtos que permitirão a plena interatividade. Afinal, teremos em junho um grande acontecimento, que é a Copa do Mundo.”

Soares anunciou que, a partir de outubro, o Ginga-NCL poderá ser baixado, gratuitamente, do Portal do Software Público (www.softwarepublico.gov.br). Depois de feito o download, basta conectar à máquina ou ao celular um receptor USB para TV e a transmissão passa a ser digital.

Para os televisores, já estão sendo vendidos, desde o ano passado, conversores externos que transformam sinais analógicos em digitais. No entanto, esses equipamentos ainda não vêm com o Ginga e, portanto, não são  interativos. Outro problema é que hoje custam, em média, R$ 300, um preço alto demais para permitir a rápida universalização da TV digital no país. (A.L.)