A rede do BB, espalhada pelo país

O Banco do Brasil apoiou a criação de 851 telecentros em 2004 e quer dobrar esse número ainda este ano.
O Banco do Brasil apoiou a criação de 851 telecentros em 2004 e quer dobrar esse número ainda este ano.

Animado com os resultados de seu Programa de Inclusão Digital – foram instalados, até abril, mil telecentros, em 400 municípios de 23 estados –, o Banco do Brasil quer praticamente dobrar, este ano, o número de unidades abertas em 2004 (851). Serão 1,5 mil telecentros até o final do ano, conta, entusiasmada, Rosana Maria Melo, gerente de sistemas e negócios e tecnologias sociais, coordenadora do projeto. Apesar do ritmo acelerado dos convênios para a implantação dos telecentros, ela revela que a prioridade do programa, até maio, é acompanhar e avaliar os resultados das unidades já implantadas e treinar os monitores. “Quanto maior o envolvimento da comunidade com o projeto, melhor o resultado”, diz ela.

A prioridade à avaliação é essencial porque o banco não gerencia diretamente os telecentros. Ele doa e instala os equipamentos (dos 50 mil micros descartados pelo BB, 15 mil foram alocados ao programa e 35 mil estão sendo distribuídos a entidades parceiras e órgãos do governo federal para fortalecer redes de inclusão digital), treina os monitores e faz a supervisão. A comunidade (prefeitura, igrejas, entidades da sociedade civil, ONGs) entra com a sede e se responsabiliza pelo pagamento dos monitores e da interconexão à internet.

Segundo Rosana, ainda é cedo para avaliar os resultados das unidades inauguradas, pois grande parte delas entrou em operação nos últimos meses do ano passado. “Mas nosso programa prevê uma supervisão trimestral”, diz ela, para explicar por que o foco do trabalho, nos primeiros meses de 2005, está no gerenciamento dos telecentros e no treinamento de pessoal.

Para pleitear a instalação de um telecentro, basta a comunidade, seja por meio da prefeitura ou de uma organização da sociedade civil, preencher um questionário de solicitação de doação de micros, disponível em todas as agências do banco. A avaliação leva em conta a mobilização da comunidade, as instalações físicas onde funcionará o telecentro e a sustentabilidade do projeto (se o solicitante tem condições de arcar com o pagamento dos monitores e da conectividade).

Trabalho integrado

O treinamento dos monitores é feito a partir de um programa definido com a UnB: cidadania, empreendedorismo, voluntariado e cooperativismo; gestão de telecentro; sistema operacional (preferencialmente Linux); manutenção. O Programa de Inclusão Digital do BB trabalha integrado aos diferentes programas do governo que envolvem a inclusão digital, seja por meio da doação de micros, seja por meio de uma ação mais articulada. No segundo caso, há projetos que envolvem a bancarização (caso em que o Banco Popular responde pela conectividade e paga ao telecentro um percentual das taxas) e o apoio aos arranjos produtivos locais, por meio de financiamentos. Rosana cita os telecentros em centros produtores de caju (CE, RN, BA, MA), numa parceria da Fundação Banco do Brasil com Embrapa, Sebrae, Emater e universidades. Outra iniciativa é a primeira central de recondicionamento de computadores, que começou a funcionar em fevereiro, no Rio de Janeiro, em um prédio do banco. Ao lado da central, um programa do Ministério do Planejamento, será instalado um centro multidisciplinar com creche, telecentro, sala multimídia, etc., sob a marca Casa Brasil.