PRESENTE NO DEBATE
ARede nº56,março de 2010 – Esta edição traz um panorama dos temas em debate, até agora, na elaboração do Plano Nacional de Banda Larga. Ainda existem muitas lacunas na discussão. Itens fundamentais do plano aguardam definições. Não se sabe, por exemplo, por qual preço e em que velocidade o governo federal pretende que a banda larga chegue à maioria da população. Sem esses dois dados não é possível saber quanto custa atingir 20 milhões de domicílios além dos que já serão atendidos nas condições e preços de mercado até 2014. Esse número é a meta estabelecida pelo governo, por enquanto, para ampliar o acesso no Brasil.
Sabe-se, no entanto, que existe uma decisão política de fazer a banda larga chegar a um maior número de brasileiros. Hoje, apenas 6,2% da população têm acesso a banda larga por meio das redes de telefonia ou TV a cabo. Nenhum país transita na sociedade da informação nesse patamar. Porque consideramos a democratização do acesso à banda larga fundamental, decidimos dar destaque ao tema, nesta edição, independente das questões ainda em aberto. Com isso, pretendemos contribuir para que os leitores se informem e possam acompanhar os desdobramentos da questão.
Os cidadãos que usam a internet nos telecentros, nos pontos de cultura e nas lan houses sabem da importância das conexões em banda larga para ter acesso a serviços públicos, a informações, a possibilidades de produção e divulgação de cultura, a formações e aprendizados diversos. Por isso, vale a pena enfrentar as questões técnicas do debate e marcar presença no debate para que a decisão política de ampliar o acesso à banda larga seja de fato implementada e consequente.
Lixo eletrônico
Duas matérias desta edição têm como tema a reciclagem. Uma conta os benefícios da tecnologia, um sistema de software livre e um carrinho elétrico, para melhorar as condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis, o que melhora também a coleta seletiva e a qualidade do meio ambiente. Outra matéria traz dados de um estudo feito pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep), em que o Brasil é campeão no descarte irresponsável de lixo tecnológico. Essas duas realidades confrontadas mostram porquê o Congresso Nacional precisa levar a plenário o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, para que finalmente tenhamos um marco legal que determine responsabilidades na implantação de sistemas de coleta e tratamento de resíduos.
Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial