Viva Favela 2.0, mais colaborativo, cria revista escola.
ARede n57 abril/2010 – O Viva Favela, primeiro portal da internet brasileira totalmente dedicado ao cotidiano dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, lançou, no início de abril, o Viva Favela 2.0. A nova versão do portal vai ter a colaboração de correspondentes comunitários de todo o país. Foi desenvolvida na plataforma livre Drupal e vai funcionar como uma revista escola – em que as pessoas aprendem jornalismo enquanto fazem um produto jornalístico.
Além de divulgar conteúdos em texto, áudio, foto e vídeo, o novo portal vai abrigar um fórum de discussões no qual serão definidas as pautas e realizar reuniões semanais por webconferência. O Viva Favela já recebeu o prêmio Documentary Photography Project Distribution Grant (Open Society Institute, Nova York), em 2005; foi finalista Stockholm Challenge Award (Diploma por Excelência no uso das TICs para o Desenvolvimento, entregue em Estocolmo), em 2008; e recebeu o Prêmio Pontos de Mídia Livre (Ministério da Cultura – Programa Cultura Viva), em 2009. Em sua nova versão, vai veicular conteúdo de uma rede ainda maior de correspondentes comunitários, receber contribuições de editores convidados e também de internautas interessados, que podem se cadastrar e criar conteúdo no portal. E continuar a pautar a mídia tradicional a partir das quebradas do Brasil.
www.vivafavela.com.br
UM MARCO LEGAL FEITO A MUITAS MÃOS
ARede n57 abril/2010 – Contribua para escrever o Marco Civil da Internet no Brasil. Desde o dia 8 de abril e por 45 dias, a proposta de anteprojeto de lei, publicada pelo Ministério da Justiça no Fórum da Cultura Digital, estará aberta a contribuições. Todos os parágrafos podem ser comentado pelos internatutas, bastando para isso se cadastrar no fórum. Precisa também entender o que está em debate, mas isso é menos complicado do que parece: somente ao ler as discussões entre os internautas que estão contribuindo, aprende-se muito. Não se acanhe, entre lá.
O Marco Civil da Internet será um conjunto de regras para garantir direitos, determinar responsabilidades e orientar a atuação do Estado na internet. Seu texto está organizado em três temas centrais: garantias às liberdades e proteção aos direitos dos usuários; responsabilidades dos diversos atores que participam do uso da internet; e, por fim, o papel do Estado no desenvolvimento da web como ferramenta social. A proposta aborda de conceitos jurídicos tradicionais, como liberdade de expressão, privacidade e cidadania, a pontos específicos e polêmicos da cultura digital: direito de acesso, qualidade da conexão, tráfego de dados, guarda de registros e responsabilidade por conteúdos de terceiros.
O texto do anteprojeto é resultado da análise dos mais de 800 comentários recebidos na primeira fase da consulta, que teve uma média de 1.500 visitas diárias. Quando for encerrada essa segunda fase de debate, o texto provisório será reorganizado pela equipe gestora do projeto, composta por membros do Ministério da Justiça e do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Faculdade Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. A versão final do anteprojeto de lei deverá ser apresentada ao Congresso Nacional até o final de junho. http://culturadigital.br/marcocivil/
Universidade Pirata forma para uso de tecnologias livres
ARede n57 abril/2010 – Criada pelo Pontão de Cultura Digital juntaDados, que fica na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no campus Lauro de Freitas, a Universidade Pirata (www.juntadados.org/universidade_pirata) começa a funcionar este mês. Os primeiros cursos oferecidos são Lógica de Programação, Vídeo em Software Livre, Pure Data, Direito Autoral e Meta-reciclagem, todos com com uma aula semanal, em módulos de quatro meses. A universidade também vai promover seminários e oficinas sobre ferramentas de compartilhamento, direitos autorais, redes sociais, tecnologias para produção audiovisual, linguagens de programação, metareciclagem e internet. A Universidade Pirata tem como objetivo fomentar o uso de tecnologias livres e as discussões sobre democratização da comunicação, apropriação tecnológica, conservação ambiental, entre outros temas ligados ao conceito de cultura livre digital.
5 milhões de computadores estão mudos
ARede n57 abril/2010 – O NIC.br, Núcleo de Informação e Coordenação do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), divulgou em abril os dados da pesquisa TIC Domicílios 2009. Nessa edição da pesquisa, a quinta desde 2005, os números mostram um crescimento sem precedentes na posse de computadores, no Brasil. Entre 2008 e 2009, aumentou em 29% a quantidade de lares com computador. São 18,3 milhões (32% dos domicílios), comparados aos 13,9 milhões da pesquisa de 2008 (25%). Somente 13,5 milhões dos domicílios, no entanto, têm acesso à internet. Isso significa que há, no Brasil, quase 5 milhões de computadores “mudos”, apesar de o número de domicílios com internet ter crescido 35% entre a pesquisa de 2008 e a de 2009.
www.cetic.br/usuarios/tic
TVs são obrigadas a transmitir 2 horas de audiodescrição
ARede n57 abril/2010 – A determinação é do Ministério das Comunicações: até 1º de julho de 2011, as emissoras de televisão autorizadas a transmitir em tecnologia digital deverão fazer a integração do método de audiodescrição em sua grade. Recurso de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, a audiodescrição faz a descrição sonora das imagens que estão sendo transmitidas. O Minicom estipulou que as emissoras deverão de transmitir no mínimo duas horas semanais de programação audiodescrita. A previsão do ministério é de que esse tempo seja ampliado de forma gradativa, atingindo vinte horas semanais no prazo de dez anos.
Brasil faz a festa no Dia Mundial de formatos abertos
ARede n57 abril/2010 – O Brasil teve muito o que comemorar, em 31 de março, quando se celebrou o Dia Mundial da Liberdade de Documentos. É que este é um dos países que tem o maior número de usuários de Open Document Format (ODF). E esse público está crescendo. Só os signatários do Protocolo de Brasília, documento onde empresas e organizações se comprometem a adotar o ODF como formato padrão para documentos eletrônicos editáveis, já chegam a 3 milhões. A comunidade brasileira do BrOffice é uma das maiores e mais ativas do OpenOffice no mundo. Até usuários leigos já usam o ODF e muitos fabricantes de computadores têm instalado o BrOffice nos seus equipamentos (Windows e Linux).
Integrante do OASIS ODF TC, Jomar Silva diz que é possível utilizar padrões abertos em qualquer tipo de software: “Livre, proprietário e até marciano, se um dia desenvolvermos software em Marte. O OpenOffice (que no Brasil se chama BrOffice), é suportado em Windows, Linux e Mac. O Google Docs suporta ODF. E eu tenho usado o Google Docs aaté em telefones celulares (smartphones) já há algum tempo”. No site da revista ARede há uma entrevista com Jomar sobre o ODF. É só colocar as palavras “Jomar” e “Silva” na Busca que você chega lá.
www.arede.inf.br