Conexão Cultura prestigia experiências de vida e práticas de gestão em centros de acesso à internet Áurea lopes
ARede nº 57 abril/2010 –Foram indicados, na noite de 31 de março, os vencedores do Prêmio Conexão Cultura, projeto da Fundação Padre Anchieta que visa reforçar os telecentros e as lan houses como espaços de inclusão digital, formação e qualificação para o trabalho. O prêmio foi idealizado para valorizar as boas práticas e as ações transformadoras tanto nas vidas pessoais e profissionais dos usuários, como na gestão desses centros de acesso à internet.
Entre os mais de 700 inscritos, doze foram premiados, de 1º a 3º lugar, em duas categorias: Minha história e Práticas de Gestão. Os quatro premiados em 1º lugar ganharam laptops. A cerimônia de entrega dos troféus – confeccionados com material de sucata de informática, pelo artista plástico Gilberto Salvador – aconteceu no Teatro Franco Zampari, em São Paulo, e foi encerrada com um show de MV Bill.
Mas o evento foi também oportunidade para um debate, mediado pelo presidente da Fundação Pe. Anchieta, Paulo Markun, sobre o papel das lan houses e seus desafios de sustentabilidade. Para o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que preside a comissão que analisa um conjunto de projetos de regulamentação de lan houses em tramitação no Congresso, é preciso “esquecer o passado, quando as lan houses eram consideradas lugares de práticas ilícitas”. O parlamentar contou que está em andamento uma negociação com o IBGE, cujo objetivo é reclassificar a atividade econômica das lan houses, para que passem a ser consideradas pequenos estabelecimentos de prestação de serviços e comerciais.
“É preciso mudar a lei. O microempresário de lan house não pode ser tratado como um dono de casa de jogo ilegal. Ele tem que ter financiamento barato, oferta de software livre, precisa ter mecanismos para ampliar os serviços”, acrescentou o sociólogo Sergio Amadeu da Silveira. O jornalista Gilberto Dimenstein disse que os telecentros e as lan houses devem ser transformados em extensões das salas de aula: “Nesses lugares, os estudantes devem ter acesso ao conhecimento, jogos educativos”. Rodrigo Baggio, representante do Comitê para Democratização da Informática (CDI), informou que a organização, que tem mais de 2 mil lan houses filiadas, criou códigos de conduta que ajudam a melhorar o negócio dos centros de acesso (disponível no site www.cdi.org.br).
Os vencedores
Categoria Minha História – Pública
1º lugar – Robson Leandro da Silva (SP)
2º lugar – Cristina da Rosa Nascimento (RS)
3º lugar – Edgar Batista Neto (SP)
Categoria Minha História – Privada
1º lugar – Sandra Regina Morais (SP)
2º lugar – Roxane Souza (SP)
3º lugar – Carla Gomes Nascimento (SP)
Categoria Práticas de Gestão Pública
1º lugar – Antonio Wagner Araújo (CE)
2º lugar – Marizia Eliziaria Souza Lopes (MG)
3º lugar – Willamy Galvão da Silva (RN)
eleito vencedor pelo voto popular
Categoria Práticas de Gestão Privada
1º lugar – Celso Cerqueira Lima (PR)
2º lugar – Luciene Fontes (SP)
3º lugar – Marcelo de Paula Carvalho (GO)
