Hipernovas

FISL esquenta os motores e cria rede social
Ponto de encontro de todos os  interessados em debates técnicos e estratégicos  sobre o uso, a difusão e o desenvolvimento do software livre, o Fórum Internacional Software Livre já começou a preparar sua 11ª edição. Este ano, o site do FISL11 (http://softwarelivre.org/fisl11) traz a proposta inovadora de se tornar uma rede social personalizada, livre e autônoma. Desenvolvido em Noosfero e integrado ao Portal do Software Livre, o site vai permitir produção colaborativa de conteúdo. Os cadastrados ganham um perfil, que pode também ter a função blog, com sistema de notificação de comentários. Antes e durante o evento, os usuários podem postar e comentar textos. Outra novidade é que os participantes do evento vão escolher a maior parte dos palestrantes. O FISL11 acontecerá de 21 a 24 de julho,  na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre.


Consulta pública urgente sobre direitos autorais
Um documento elaborado pelos participantes do Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais, que aconteceu no final de abril, em Brasília (DF), reivindicou ao Ministério da Cultura (MinC) que coloque com urgência a proposta de reforma da lei de direitos autorais em consulta pública. “Nos últimos quatro anos estivemos, ministério e sociedade, discutindo exaustivamente a lei de direito autoral. Foram oito amplos fóruns e mais de 80 reuniões setoriais, além das reuniões internas que fizeram o governo, e cada setor da sociedade implicado pela reforma”, pontua o documento. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, garantiu que não chances do MinC recuar na defesa da reforma. Mas  advertiu que o término dessa consulta deve ser postergado para depois da eleição. “Esse debate pode determinar a realização de alianças a partir de outros critérios que não têm a ver com ele. É importantíssimo diferenciar a discussão da lei do processo eleitoral”, disse o ministro.


Bloqueio a conteúdos na web, agora só com mandado judicial.
O Ministério da Justiça cedeu às pressões dos ativistas e retirou da proposta de regulamentação da internet a regra que permitia ao provedor tirar do ar conteúdos, caso alguém ou alguma instituição alegasse ter sido prejudicado pelo material publicado. Pelo novo texto, o bloqueio só pode ser feito mediante mandado judicial. Mas a proposta – que continua em consulta pública, até o dia 23 de maio – ainda gera questionamentos. O sociólogo Sérgio Amadeu, no blog Trezentos, alerta para os termos do parágrafo único do artigo 15, que diz: “Os procedimentos de segurança necessários à preservação do sigilo e da integridade dos registros de conexão e dos dados cadastrais referidos neste artigo deverão atender a padrões adequados, a serem definidos por meio de regulamento”. E comenta: “Imagine o grupo que apoiou o AI-5 Digital fazendo este regulamento! Imagine se grupos conservadores ganham a Presidência da República. Como será regulamentado o marco civil? Não podemos correr esse risco. Não haverá nenhum prejuízo para o marco civil da internet no Brasil se inserirmos um artigo dizendo que o cadastro de usuários não é obrigatório para se conectar à internet.


Organizações querem participar de debate sobre rádio digital
A criação do Sistema Brasileiro de Rádio Digital, por portaria do ministro Hélio Costa, dia 31 de março, às vésperas de sua saída do Ministério das Comunicações (Minicom), deu muito o que falar. Organizações da sociedade civil criticam a falta de debates públicos na definição da política e da tecnologia para o rádio digital no país. Em um manifesto conjunto, onze entidades ligadas à comunicação popular pedem um modelo que atenda às necessidades brasileiras. O Minicom está fazendo testes com dois modelos de rádio digital: o HD Radio/Iboc, da empresa estadunidense Ibiquity, e o Digital Radio Mondiale, desenvolvido por um consórcio internacional. O documento assinado pelas organizações ressalta que “a migração do rádio brasileiro do padrão analógico para o padrão digital e sua integração na convergência tecnológica é uma política pública de interesse do conjunto da sociedade brasileira (…). Portanto, esta política pública deve ser construída de forma amplamente democrática, ouvindo o conjunto da sociedade”.


Sony anuncia fim de disquetes
A Sony, fabricante japonesa de eletrônicos, anunciou, no final de abril, que vai deixar de vender disquetes no Japão em março de 2011, retirando-se do pequeno mercado em que tem mais de 70% de participação. Fora de sua nação, a empresa já parou de vender os discos de 3,25 polegadas na maioria dos mercados. Segundo a Sony, as vendas dos disquetes no Japão, abreviadas por métodos de armazenamento móveis mais eficazes como CDs e pen drives, diminuíram de 47 milhões de unidades em 2002 para 12 milhões, no ano fiscal de 2009. A empresa vai reduzir a produção e deseja interrompê-la antes que haja prejuízo no setor. Os próprios fabricantes de computadores já não fazem mais máquinas com drive de disquete: os primeiros foram os iMacs, em 1998; depois, em 2003, a Dell anunciou que deixaria de equipar as máquinas com “disqueteiras” como padrão. A Sony era uma das últimas a vender disquetes no Japão, estratégia que mantém desde 1981, quando foi pioneira na substituição do formato 5.25 polegadas para 3.5 polegadas.


ACTA recua, mas mantém mecanismos de controle da rede.
Depois de muita pressão mundial de entidades que defendem a liberdade na internet, pela primeira vez, em abril, foi divulgada uma minuta do texto do ACTA (sigla em inglês de Anti-Couterfeiting Trade Agreement), que está sendo costurado por 16 países. Depois do vazamento de uma versão em que o combate à pirataria abrangeria a troca não comercial de arquivos via internet, o software livre, além de medidas que ameaçariam até os medicamentos genéricos, a versão oficial é bem mais suave. Eliminou as medidas como a quebra do sigilo das comunicações na rede e do anonimato sem ordem judicial. Mas mantém mecanismos de proteção à propriedade intelectual. Na ánalise de Nate Anderson, editor do site Arstechnica, a ameaça permanece, camuflada. Apesar de não dizer mais que os provedores devem tirar do ar usuários acusados de violar propriedade intelectual, devem ser responsáveis pela “adoção e implementação de políticas para enfrentar o armazenamento ou a transmissão não autorizada de materiais protegidos por copyright”.


Em 2013, Brasil vai amargar falta de profissionais de TI
O observatório Softex, da Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro, estimou que, mantidas as taxas de crescimento do setor (média de 4,8% ao ano em quantidade de empresas criadas), em 2013 o Brasil terá carência de 140 mil profissionais de Tecnologia da Informação (TI), para um mercado de mais de 750 mil vagas. O levantamento ainda avalia que as empresas estritamente vinculadas a desenvolviemento de software vão perder a disputa na contratação de técnicos qualificados para outras empresas que também têm muita demanda por esse perfil de trabalhadores, como bancos, empresas de telecom etc.