03/05/2012 – A C@ribNET – estrutura de internet avançada para interligar instituições de ensino e pesquisa do Caribe – foi ativada e já troca tráfego com outras redes acadêmicas mundiais através de um circuito de 155 Mbps. Com o estabelecimento dessa rede óptica, os pesquisadores de universidades e centros de pesquisa da região entram oficialmente no movimento global de pesquisa científica colaborativa, podendo trocar grande volume de dados com seus pares estrangeiros.
O gerente de Engenharia de Redes da C@ribNET, Eriko Porto – funcionário da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) designado para conduzir o projeto de engenharia da rede – informa que, na semana passada, foi concluída a instalação dos dois últimos Pontos de Presença da C@ribNET. Localizados em Miami (EUA) e Santo Domingo (República Dominicana), se somam aos outros dois já instalados – em Kingston (Jamaica) e Port of Spain (Trinidad).
Executado pela brasileira RNP, o projeto é uma iniciativa da Caribbean Knowledge and Learning Network (CKLN), financiado pela União Europeia. Com um orçamento de 10 milhões de euros, o projeto prevê não só a implementação da rede entre os países, mas também, internamente, a conexão entre as universidades e centros de pesquisa. A ideia inicial era implementar apenas a infraestrutura internacional, mas, em razão da inexistência de redes acadêmicas nacionais, o projeto teve de ser ampliado para dar conta da conexão das instituições, trabalho que deve começar em breve. No total, serão 31 instituições em 13 países do Caribe, mais a República Dominicana.
De acordo com Porto, paralelamente à instalação técnica, há um trabalho político visando a transferência da coordenação dos trabalhos para lideranças locais. “Estamos realizando um trabalho de empoderamento, para que esses países se apropriem dessa infraestrutura e designem gerentes e técnicos para operá-la”, afirma o gerente, lembrando que já estão agendados treinamentos da equipe técnica para operar os roteadores da rede. O lançamento formal da C@ribNET está previsto para o mês de maio.
As redes acadêmicas nacionais – como a RNP, no Brasil – são responsáveis por implementar e operar infraestruturas avançadas de internet, que permitem a instituições de ensino e pesquisa realizar experimentos e estudos que demandem a troca de um grande volume de dados, como nas áreas de meteorologia, astronomia, física de altas energias, entre outras. Nos continentes, há instituições que congregam essas redes acadêmicas de modo ampliar o alcance dessa colaboração. É o caso da RedCLARA, na América Latina, e a recém-criada C@ribNET, no Caribe, única região do globo que até então era desprovida de tal estrutura. As redes interagem entre si por meio de peerings (acordos de troca de tráfego), permitindo a globalização da pesquisa colaborativa.
Para liderar o projeto de implementação da C@ribeNET, a RNP participou de uma licitação aberta pela CKLN e foi escolhida em razão de sua expertise nesse tipo de iniciativa, como a implementação da RedCLARA, que hoje congrega 15 redes acadêmicas. Para Porto, a entrada em operação da rede caribenha é importante, pois promove a inclusão digital da região. “O Caribe estava isolado do ponto de vista de pesquisa científica. A rede permitirá não só a evolução do conhecimento, mas também a evolução tecnológica na medida em que eles entrarem em contato com o estado da arte da tecnologia mundial”, opina. (Da assessoria de imprensa)
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