conexao social comparador de politicos

conexão social – Comparador de políticos

conexao social comparador de politicos

Comparador de políticos

Site compila opiniões dos internautas para analisar os candidatos a vereador e prefeito
Luciana Machado

ARede nº 85 – outubro de 2012

A ESCOLHA de nossos representantes nunca foi uma tarefa simples. Nas eleições deste ano, em que os brasileiros irão eleger prefeitos e vereadores, são cerca de 400 mil candidatos exibindo suas propostas e pedindo voto em comícios, outdoors, panfletos e sites pela internet. Cada um com uma ideologia, prioridades e modo de governar. Como localizar, em meio a tanta informação, o político que melhor representa as mudanças que você deseja para a sua cidade?

Foi com essa proposta que nasceu o Repolitica, um site que há dois anos aproxima eleitor do candidato, comparando as aspirações de um com as características do outro. Ao entrar no site, o usuário informa a cidade onde mora (constam informações de políticos das 20 maiores do país) e responde a um questionário com oito perguntas rápidas sobre prioridades (saúde, educação, infraestrutura etc), qualidades do político (competência e ética), ideologia (esquerda, direita, centro ou indiferente), entre outras. Em seguida, apresenta uma lista com nomes e fotos dos candidatos, número de identificação e partido.

A ficha técnica vem acompanhada por informações postadas por outros internautas, com
popularidade e comentários. Apenas as informações técnicas são obtidas de órgãos oficiais, como o Tribunal Superior Eleitoral ou o portal Transparência Brasil. “O site não diz em quem eu devo votar, mas me dá dicas de candidatos que possam me interessar”, diz o publicitário Julio Gomes, de 28 anos, usuário do serviço. “A partir desse filtro, passo a prestar mais atenção em alguns deles”, afirma. Os políticos podem incluir vídeos e material de campanha, mas essas informações não se misturam à avaliação dos internautas.

conexao social comparador de politicos02Lançado em 2010, o Repolítica já foi visitado por mais de 150 mil eleitores. O excesso de candidatos a vereador levou o site a coletar informações de apenas 20 grandes cidades brasileiras. Pode parecer pouco, mas esse pequeno número de municípios esconde uma quantidade muito grande de candidatos nessa eleição. Para se ter uma ideia, a cidade de São Paulo tem 1.205 candidatos a vereador. E o Brasil tem 5.507 cidades. “Não daríamos conta de um banco de dados nacional, pelo menos por enquanto”, diz Rodrigo Rego, designer carioca, um dos criadores do site. Segundo ele, a estrutura de servidores para armazenar informações e controlar o fluxo é tão grande que, atualmente, eles trabalham próximo ao limite de sua capacidade.

Os candidatos que participaram da eleição anterior continuam com uma página no Repolítica, aberta à opinião dos eleitores. Até o momento, 787 candidatos de variados partidos políticos se cadastraram no site para completar seu perfil com propostas políticas. A maioria deles é bem participativa: completa o perfil, divulga sua página e, quando tem boas avaliações, espalha o Repolítica pelas redes sociais. O que mais interessa aos políticos e eleitores é a colocação nos rankings de popularidade, ética e competência.

Para este ano, o site ganhou ferramentas eletrônicas que tornaram a busca mais precisa e a seleção dos candidatos mais criteriosa. A nova versão incluiu problemas reais de cada uma das 20 cidades listadas a fim de mostrar quais candidatos têm propostas para resolvê-las. O serviço também se tornou menos suscetível a invasões de crackers e programas robotizados que tentavam modificar a opinião dos internautas. Para tornar a ferramenta robusta foi preciso investir R$ 30 mil em servidores e programadores. “Era um desafio para o futuro do site. Onde buscar ajuda financeira?”, dizia Daniel Veloso, um dos idealizadores do Repolítica.

A solução foi tentar levantar fundos pela internet através de doações de internautas, usando outro serviço online, o Catarse.me – espécie de vitrine virtual de projetos que oferece formas de pagamento seguras para quem doa e quem recebe. “A crença é que boas ideias bem comunicadas se espalham rapidamente pela rede e encontram pessoas dispostas a colaborar”, diz Diego Reeberg, estudante da Fundação Getúlio Vargas, um dos criadores do Catarse. O site se inspirou em experiências bem-sucedidas de fora do país, como o estado-unidense Socialquickstarter.com, que já arrecadou US$ 300 milhões para projetos de diversas áreas.

Reeberg explica que para figurar na homepage do Catarse é preciso submeter o projeto à avaliação gratuita de uma curadoria. “Pode ser um protótipo bem avançado ou uma ideia que já tenha dado sinais de que é viável, como o Repolítica”, explica. O autor manda um vídeo detalhando o projeto e uma descrição por escrito. Não há restrição de assunto ou conteúdo. Também não há valor máximo de arrecadação para cada projeto, mas um tempo limite para alcançar o objetivo (60 dias). Nesse período, os autores têm que engajar amigos e possíveis colaboradores pela rede para conseguir reunir o dinheiro necessário. O menor valor a ser doa-
do é R$ 1. O apoio pode ser anônimo ou não, basta que o usuário informe se deseja tornar pública a sua identidade.

A cada doação, o site informa o valor arrecadado e a meta de arrecadação. Ao final do prazo, se o projeto tiver angariado menos do que o necessário, os doadores recebem todo o dinheiro de volta do Catarse. Se for bem sucedido, o serviço desconta um percentual para si e as empresas de pagamento, e o restante do dinheiro é repassado para o dono do projeto. Que, como o Repolítica, pode repercutir amplamente na sociedade. 

www.repolitica.com.br