editorial – Cidadania em alta

Cidadania em alta


ARede nº 86 – novembro de 2012

Esta é uma edição especial da revista ARede, que traz os projetos premiados na 6ª edição do Prêmio ARede, uma amostra multifacetada do melhor que se faz no país pela inclusão digital e social de jovens, grupos étnicos, pessoas com deficiência, idosos, enfim, do cidadão brasileiro que ainda precisa do apoio de programas públicos e privados para conquistar seu espaço em uma sociedade que se comunica, se educa, se informa e se relaciona por meio da rede.

A experiência desses projetos mostra como é possível fazer a diferença na vida da população beneficiada. Mostra também que os programas de inclusão digital já deixaram para trás a fase em que se resumiam a cursos de alfabetização digital e conhecimentos sobre navegação na internet. Os programas amadureceram, incorporaram novas dimensões, seja em termos de formação e requalificação do público-alvo, seja em termos de geração de renda e novas oportunidades de trabalho.

Os resultados obtidos pelos projetos premiados e por todos os projetos avaliados nesta edição do Prêmio ARede são um exemplo de sua importância na vida das comunidades de baixa renda. São importantes não só para o acesso à internet e qualificação dos alunos para o seu uso, mas na formação da cidadania, na organização comunitária e no desenvolvimento do espírito de colaboração e compartilhamento, características presentes na rede e que podem ser potencializadas pela web.

O avanço da penetração do computador e da banda larga nos lares brasileiros – 26,3 milhões de domicílios (43% do total) contavam com computador em 2011 e, desses, 22,4 milhões estavam ligados à internet – é resultado das políticas públicas de estímulo à massificação do uso da banda larga no país. São políticas que têm de ser radicalizadas para se superar a enorme desigualdade regional e iniciar o atendimento à zona rural.

Mas o investimento nessas políticas não pode representar o abandono dos programas de pontos coletivos de acesso à web e inclusão digital. Esses programas são importantes para o atendimento não só dos que não dispõem de uma conexão. São centros de formação, debate e convivência, fundamentais para colocar a cultura digital ao alcance de todos.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial