capa – Colega Legal dá uma força na universidade

 

Colega Legal dá uma força na universidade


ARede nº 87 – dezembro de 2012

NA UNISUAM, instituição de ensino superior privada carioca, 13 alunos têm deficiência visual. Bruna Catalan, 21, é uma delas. Estudante do quinto período de jornalismo, usa e abusa do Colega Legal, projeto criado para garantir que as pessoas com deficiência aproveitem as aulas e participem das provas, da mesma forma que os colegas. “Se preciso de um livro escaneado, é só pedir. Se preciso de um ledor nos testes, eles oferecem”, diz.

O projeto tem uma sala na universidade equipada com dois computadores onde rodam softwares de leitura e ampliação de tela. Os programas usados são o DosVox e o NVDA. O responsável pelo Colega Legal é o professor Paulo Mota, que tem toxoplasmose ocular e ministra a disciplina de Interação Humano Computador no curso de Ciência da Computação.

Ele começou o projeto em 2003, quando conheceu dois alunos com deficiência visual que iam ao laboratório de informática escanear livros. Conversando, percebeu a necessidade de a universidade investir em equipamentos como impressora Braille, e oferecer ledores para as provas. Em 2007, resolveu pesquisar o uso da lousa digital no ensino de quem tem baixa visão.

Segundo ele, apesar de o aparelho não ser projetado com recursos de acessibilidade, pode ser adaptado facilmente a essa função. Mota descobriu a melhor forma de escrever na lousa para que os leitores de tela dos computadores reconheçam o conteúdo. Encontrou, também, formas para aqueles que enxergam pouco, conseguir acompanhar a aula. “Em vez de usar a tela com fundo branco, basta mudar para preto e escrever na cor branca. Isso aumenta o contraste e torna a leitura mais fácil para quem tem baixa visão”, exemplifica.