Da redação
14/02/2013 – A Access, organização não governamental com integrantes espalhados pelo mundo e que atuam em rede quer eleger a empresa que mais tem motivos para se envergonhar de seus negócios por contribuir, de alguma forma, com censura ou quebra de direitos fundamentais de clientes.
A lista das “canditatas” traz:
AT&T – empresa dos Estados Unidos que permitiu à Agência Nacional de Segurança do país acessar aos dados trocados pelos clientes. Segundo a Eletronic Frontier Foundation, organização que vem processando a AT&T após a descoberta do acordo, tal política fere direitos constitucionais dos estadunidenses.
Blackberry/RIM – a companhia canadense deslizou em 2012 ao entregar suas chaves de criptografia ao governo da Índia, permitindo a intercepção de mensagens trocadas por seus aparelhos. Antes disso, a empresa já havia restringido o a acesso a conteúdos em Indonésia, Kuwait, China e colaborado ações pouco democráticas na Rússia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
France Telecom – entre as várias acusações a suas subsidiárias ao redor do mundo, estão a derrubada da internet no Egito a pedido do governo do ex-ditador Osni Mubarak durante as manifestações da primavera árabe, casos de currupção na Tunísia, vilação da neutralidade de rede na África, e inspação de pacotes na Etiópia.
Huawei – a empresa chinesa é acusada de colaborar com esquemas de vigilância no Irã, participar da concorrência para criar um firewall capaz de restringir o livre acesso à internet no Paquistão, e apoiar o regime do ex-ditador da Líbia, Muamar Kadaffi.
MTN – a empresa sul africana é acusada de colaborar com o regime iraniano por entregar dados dos usuários e subornar oficiais, filtrar o conteúdo de mensagens de texto (SMS), derrubar redes para o governo da Síria e filtrar mensagens de texto com conteúdo político.
Nokia Siemens – segundo a Access, a empresa teria fornecido ao governo do Barein tecnologia de monitoração e interceptação de mensagens de texto e e-mails, o que levou à prisão de dissidentes políticos.
TeliaSonera – da Suécia, teria vendido tecnologia a governos da Comunidade dos Estados Independentes equipamento de vigilância para espionar cidadão, além de oferecer acesso irrestrito aos governos locais aos dados trocados pelos usuários. Após as acusações, a empresa iniciou uma revisão de suas políticas de direitos humanos, com consultoria de organizações e buscando se adequar ao guia de Direitos Humanos publicado pela ONU.
Telstra – companhia australiana, é acusada de armazenar o histórico de navegação dos usuários na internet, dar acesso ao governo a dados sigilosos dos usuários, deixar vazar na rede dados de 734 mil clientes e reduzir a velocidade de transferência de quem usa software de troca de arquivos P2P.
Verizon – a empresa dos EUA entregou dados de centenas de milhares de clientes ao governo do país de forma irregular, sem obedecer as leis locais, também apoia a criação de ferramentas para adoção de políticas de “seis chances”, em que o usuário é desconectado após violações de direitos autorais.
Vodafone – do Reino Unido, também colaborou com a derrubada da rede no Egito durante as revoltas da primavera árabe em 2011. Antes, em 2008, havia entregado dados dos usuários ao governo. Hoje, a empresa afirma ter revisto suas políticas, mas se diz à mercê das legislações locais.
ZTE – chinesa, a empresa, juntamente com a Huawei, se candidatou a construir um firewall para censurar a internet no Paquistão. Também é acusada de colaborar com regimes autoritários, como o líbio antes da derrocada de Muamar Kadaffi e subornar autoridades nas Filipinas.