Da redação, com Jornal da Cidade
11/03/2013 – Em Bauru (SP), 561 computadores entregues entre 2011 e 2012, permanecem na caixa. Os equipamentos seriam destinados a 51 telecentros, que ainda não funcionam por falta de monitores e de link de acesso à internet. Segundo a prefeitura, a responsabilidade pelo problema é do governo federal.
Chico Maia, da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, responsável pelo projeto na cidade, afirma que depende de liberação de recursos do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da conexão fornecida pelo Ministério das Comunicações. Segundo ele, cada uma das unidades do programa receberá dois monitores e uma antena para link à internet via satélite, recursos solicitados pelo município em maio do ano passado.
Os 102 servidores vão receber bolsas no valor de R$ 241,50, por jornada semanal de trabalho de 20h e outras 10h de formação. “A prefeitura não pode pagar e o convênio não permite que os telecentros funcionem sem monitores”, diz Maia. Ele afirma, ainda, que os 102 bolsistas já estão selecionados desde o ano passado. Modificação recente no programa Telecentros.BR, porém, permitiria o funcionamento dos telecentros com voluntários, desde que instituições ou poder público local arquem com a conexão.
A inoperância dos telecentros foi denunciada na seção Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, de Bauru, na última quinta-feira (7). Tião Camargo relatou que os computadores estão encaixotados no centro comunitário do Jardim Europa desde o primeiro semestre do ano passado. O leitor chegou a se oferecer para dar aulas gratuitamente no local, mas foi informado que os instrutores deveriam ser escolhidos pela prefeitura.
Em nota ao leitor, Chico Maia reconheceu que alteração recente no programa Telecentros.Br permite às entidades parceiras dos municípios iniciar atividades desde que forneçam conexão banda larga e monitores voluntários. “O Minicom reviu a estrutura do programa e agora podemos iniciar as atividades com monitores não-bolsistas. Já estamos organizando uma reunião para a próxima semana para verificar com cada telecentro o início das atividades de inclusão digital, mesmo naqueles pontos que ainda não possuem internet. A Coordenação do Programa Telecentros.BR composta pelo Coordenador Geral, Coordenador de Formação e Coordenador de Bolsas está em contato com o Ministério das Comunicações para que sejam liberadas todas as demandas do programa em Bauru”, escreve Maia em nota enviada à revista ARede.
Ao Jornal da Cidade, o secretário cita cinco telecentros que já começaram a funcionar com a nova diretriz: o da Sorri-Bauru, da Restaurar, do Programa de Integração e Assistência à Criança e ao Adolescente (Aelesab), da Biblioteca Central e do centro comunitário do Octávio Rasi. Conforme o jornal. Os dois últimos telecentros não funcionam de maneira adequada. Maia admite que o da biblioteca não tem monitores voluntários e o do Octávio Rasi carece de acesso à Internet.