Josias Bervanger, do Conexões Globais
24/05/2013 – Com o entendimento que a internet contribui para o aprimoramento da democracia e o desenvolvimento social, em 2012, a ONU aprovou a primeira resolução afirmando que os direitos humanos no ambiente digital devem ser protegidos e promovidos da mesma forma e com o mesmo comprometimento dos direitos humanos no mundo físico. . Para garantir esse direito é necessário mobilização social, nesse sentido falaram todos palestrantes. Foi o que apontaram as falas dso debatedores do debate “A internet como direito humano’ na abertura dos Dialogos Globias desta sexta-feira (24), segundo dia do Conexões 2013.
O gestor cultural Juan Espinosa falou diretamente da Bolivia para o público presente na Travessa dos Cateventos, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. O webconferencista apresentou números que mostram a defasagem da internet no cenário latino-americano. “Na América Latina, temos a internet mais cara e mais lenta do mundo. e na Bolívia, a internet é dez vezes mais cara do que nos outros países, desta forma os direitos ficam cada vez mais comprometidos. Um mega bite custa 55 dólares aqui em meu país. Os serviços estão concentrados em poucas mãos, e cada vez menos acessível nas zonas rurais” disse Espinosa, que ainda afirmou que a garantia dos direitos Humanos é de responsabilidade do Estado.
No mesmo sentido, apontando as principais dificuldades para garantir o acesso a web, falou o diretor de Inclusão Digital da Secretaria de Comunicação do RS, Gerson Barrey. “Infelizmente, os meios técnicos ainda dependem da tecnologia americana. Precisamos avançar para a indepêndencia. Exclusão digital provoca um apartheid social, tranca o desenvolvimento de um país.” . Mesmo assim, o gestor público mostrou-se otimista quanto a uma possível democratização da internet e das tecnologias de informação. ““Temos o entendimento que a exclusão digital que a sociedade passa hoje é uma situação momentânea. Estima-se que até 2015 tenhamos mais de 60% de smartphones. ” , falou Barrey.
Já a jornalista e ativista digital Cristina Charão apresentou um cenário que, como ela mesmo classificou ‘precisa ser alterado para pensarmos na expansão do direito a internet como direito fundamental”. “No Brasil, 42% da população urbana nunca acessou internet, quando falamos da popualção rural, esses dados chegam a 60%. Não podemos perder a noção disso”. Charão ainda reforçou as falam que apontam que a sociedade precisa se mobilizar para precionar o Governo Federal a definir uma das diásporas do futuro da web colacada para o próximo período. “O que está em jogo é se o Brasil irá tratar a internet como um direito humano, um bem público, ou simplesmente, pela lógica do mercado.”, frisou.
Beá Tibiricá, diretora geral do Coletivo Digiital e o jornalista e coordenador da Central Única das Favelas-RS Manoel Soares se detiveram mais a falar da relação da internet nas comunidades periféricas. “Temos que largar do conceito que fazer telecontro na perfieria é levar um computador reciclado. Temos direito a tecnologia de informações de qualidade. Quem quer democracia plena, participação cidadã plena vai investir em participação digital”, disse Beá.
“A internet na periferia é precária. Nessa lógica lembro que quando colocaram luzn a favela, fizemos gato. Quando veio a água, fizemos gato. Quando veio a TV a cabo também. E se chegar a internet e ela igualmente não tiver qualidade e preços acessíveis como é hoje é “miau” neles. Todos nós temos direito a internet”, finalizou.