Do Tele.Síntese
28/05/2013 – Uma pesquisa analítica realizada pelo Sebrae nacional em 2011, com uma amostra de 24 empresas de todas as regiões do país, mostrou que o provedor regional de acesso à internet e serviços de telecomunicações tem uma razoável formação técnica, mas carece de formação na gestão do negócio. “O nivel de improvisação é grande”, reltatou Rosana Melo, coordenadora nacional da carteira de projetos de TI do Sebrae Nacional, ao apresentar os resultados da pesquisa durante o Encontro Provedores Regionais, realizado pela Bit Social em Fortaleza (CE).
Os provedores regionais são, majoritariamente, pequenas empresas, com dois sócios (66%), com 14 empregados em média que recebiam, à época, R$ 900 mensais. Seu número de clientes não ia além de 1,5 mil (30% não passavam de 150 usuários) e a maioria atendia a apenas uma cidade (só 4% estavam presentes em mais de quatro municípios). O nível de escolaridade dos empregados se divide entre superior e segundo grau, na mesma proporção. Os sócios têm idade média de 38 anos, a maioria tem nível superior e mais da metade deles começou o negócio da partir de sua atuação na área de informática.
Entre seus pontos fortes, a pesquisa destacou aqualidade do atendimento ao cliente, a presença em pequenas cidades e localidade da zona rural, onde as grandes operadoras ou não investem na oferta da banda larga ou não estão presentes. Entre os pontos fracos, a gestão ineficiente, a informalidade (9% não tinham licença da Anatel para operar) e a falta de capital de giro.
Na avaliação de Rosana, há grandes oportunidades para os provedores regionais atuarem na oferta de serviços de telecomunicações, especialmente nas periferias das cidades grandes e médias e nas cidades pequenas e zona rural. Mas para expandirem sua área de cobertura e fortalecerem o seu negócio, precisam investir na qualificação para a gestão. “Não ha espaço para o improviso”, salientou.
Linhas de financiamento
Como mostrou a pesquisa do Sebrae, falta ao provedor regional fôlego financeiro, como recursos para o capital de giro. Essa deficiência pode ser suprida com linhas de financiamento como as do Banco do Brasil, apresentadas por Maurício Siqueira, analista da Superintendência de Negócios de Varejo e Governo do BB no Ceará.
Além das várias linhas próprias do banco para capital de giro, com juros que ficam abaixo dos 3% ao mês, ele informou que, para as empresas que não tem garantias para dar ao banco pelo financiamento, o BB oferece o Fundo Garantidor de Operações. Às reclamações dos provedores regionais de que não têm como financiar os cabos ópticos, o maior custo na implantação de uma rede de fibra, pois só há cobertura para os equipamentos ativos da rede, Siqueira informou que o banco tem uma linha chamada BB Crédito Empresas que cobre todos os elementos da rede, inclusive os cabos ópticos.
Como agente do BNDES, o BB representa o Cartão BNDES, para compra de equipamentos e insumos, e também a linha do PMAT (Programa de Modernização da Administração Tributária) para municípios, que apesar do nome, cobre também a infraestrutura de TICs para as áreas de educação e saúde. Embora a linha não seja destinada aos provedores, muitos deles são fornecedores de prefeituras e podem estimular o município a buscar os recursos do PMAT, que custam TJLP mais 4% ao ano. Patrocinado pelo BNDES, Sebrae e Padtec, o seminário conta ainda com o apoio da Furukawa e o apoio institucional da Abrint e da Telebras.