Miriam Aquino, do Tele.Síntese
12/06/2013 – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou ao Tele.Síntese que o governo vai tomar providências para a preservação das informações digitais dos brasileiros, que, segundo a imprensa estrangeira poderiam ter sido acessadas pelo programa Prism, norte-americano, que monitorou dezenas de bilhões de dados de usuários de internet de todo o mundo. “Não temos que discutir a situação dos Estados Unidos, isso não é da nossa conta. Mas o que está acontecendo lá fora mostra que temos carências de políticas mais consolidadas a respeito da internet”, afirmou o ministro.
Bernardo disse que, assim que começaram a sair as denúncias na imprensa estrangeira, de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) monitorava bilhões de e-mails, contas de telefones e redes sociais de usuários de todo o mundo, ligou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e esta semana eles já se reuniram. Na reunião, concordaram que esta discussão deve ser coordenada pela ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já que deverão ser tomadas providências em diferentes esferas do governo e mesmo providências no legislativo.
Bernardo mostrou sua indignação com a postura do Google, que na semana passada havia se negado a entregar informações solicitadas pela justiça brasileira em um processo de lavagem de dinheiro, alegando que ele só se submetia às leis norte-americanas. “A ministra Laurita Vaz mandou abrir os dados, afinal a empresa atua no Brasil e tem CNPJ brasileiro. É claro que também tem que se submeter às leis brasileiras”, assinalou.
Conforme informações da imprensa estrangeira, os sistemas de vigilância da agência norte-americana monitoram as comunicações de “não residentes”, ou seja, de qualquer pessoa que não seja americano. E alguns jornais publicaram que os proprios portais norte-americanos, como Google, Facebook – entre outros, teriam deixado que seus sistemas passassem pela vigilância.