Da redação
14/08/2013 – O Google comprovou no começo da semana que quebra a privacidade de dados dos usuários de seus serviços online, em especial, do Gmail. Está é a análise de John Simpson, diretor da organização estadunidense Consumer Watchdog, que defende os interesses dos consumidores nos Estados Unidos.
A análise se deve à publicação, pela justiça da Califórnia, da defesa do Google em um processo que questiona o funcionamento do Gmail. No documento, a empresa defende os critérios de privacidade afirmando: “Assim como o remetente de uma carta a um colega de negócios não pode se sentir surpreso caso a secretária abra a carta, quem usa email online hoje não pode se surpreender se seus emails são processados pela provedora do serviço durante a entrega”, diz.
O texto vai além, e pressupõe o desejo dos usuários. “Um pessoa que entrega os dados a terceiros [no caso, o Google] não tem expectativa legítima de privacidade sobre as informações que voluntariamente entrega”, defende. No processo, a Google é acusada violar leis estaduais e federais de interceptação de dados ao ler os emails para determinar que anúncios podem ser exibidos relativos ao conteúdo da mensagem.
“As pessoas deviam levar ao pé da letra: quem se importa com privacidade, não use o Gmail”, defende Simpson ao comentar a defesa da empresa no site da Consumer Watchdog. Para ele, a analogia da secretária é no mínimo equivocada: “enviar email é como colocar uma carta no correio. A gente espera que a carta chegue como foi entregue ao endereço. Não espero que o carteiro abra minha correspondência e leia”, diz. Para ele, a Google deveria fazer o mesmo, entregar o email, sem obter acesso ao teor das mensagens.