João Carlos Caribé
Do portal Mega Não
23/02/2012 – O modelo multi stakeholder, utilizado na governança da internet, e consolidado como o melhor modelo na última edição do Internet Governance Forum (IGF), está seriamente ameaçado por um movimento diplomático junto à Organização das Nações Unidas (ONU), que quer centralizar o controle da internet nesta, sob o guarda-chuva da International Telecommunication Union (ITU), organização sob os braços da ONU. Para quem não sabe, quem manda na ONU é o Conselho de Segurança, que é essencialmente estadunidense.
A proposta é extremamente perigosa não só para a neutralidade, mas para a liberdade na internet. Ao centralizar o controle de uma rede descentralizada, os tentáculos dos países controladores ganham mais força e penetração. Algumas propostas e argumentos bizarros ladeiam esta movimentação em acordo a ser realizado em uma conferência em dezembro em Dubai:
. Sujeitar a segurança digital e privacidade dos dados ao controle internacional
. Permitir que companhias estrangeiras de telefonia possam cobrar taxas de “tráfico internacional de internet”
. Impor uma regulação econômica sem precedentes
. Estabelecer ao ITU uma importante função que é das organizações multi stakeholders, que é o controle de nomes de dominio e faixas de IP.
. Subjugar ao controle intergovernamental várias funções de força tarefa de engenharia na internet.
. Regular roaming e práticas de tarifas internacionais para celulares
É importante ficar atento que o movimento é semelhante ao que esta sendo feito pela SinditelesBrasil junto à AnateL, querendo tirar essas funções do Comitê Gestor. Sinalizando que este movimento é global e está sendo feito pelas grandes empresas de telecom, que são em sua maioria multinacionais.
Fonte: The U.N. Threat to Internet Freedom
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