Exposição à tecnologia e crescimento dos países
Cristina McGlew
ARede nº 96 – janeiro/fevereiro de 2014
As tecnologias de redes transformam a maneira como vivemos, trabalhamos, nos divertimos e aprendemos..
As formas de aprendizado tradicionais tendem a focar no acúmulo de conhecimento e não em sua aplicação. Atualmente, a tecnologia permite que os alunos obtenham acesso mais fácil às informações, a qualquer momento e em qualquer lugar, podendo aplicar seus conhecimentos no mundo real. Os estudantes de hoje querem que as tecnologias usadas diariamente por eles sejam integradas à suas experiências educacionais. Os governos têm se conscientizado cada vez mais da necessidade de integração entre o acesso à educação e o uso da tecnologia, o que tem tornado a adoção da tecnologia um propulsor fundamental do crescimento econômico.
À medida que o uso da internet cresce de forma exponencial, torna-se cada vez mais difícil encontrar profissionais qualificados para a área de redes. Apesar de o interesse por carreiras de redes estar em declínio, há um aumento na demanda por profissionais qualificados nessa área. De acordo com a consultoria IDC, existe uma crescente lacuna de talentos e a demanda por profissionais qualificados na América Latina superará a oferta em 35% até 2015 – isso equivale a quase 300 mil pessoas. A escassez de profissionais qualificados se tornará um desafio para o desenvolvimento da economia dos países nos próximos anos.
No Brasil havia uma lacuna de 22% em 2011, entre a oferta e a demanda de profissionais de redes. Esse número chegará a 32% até 2015. Isso representa mais de 100 mil profissionais de redes qualificados até 2015. Uma clara oportunidade se apresenta à nossa capacidade de treinar a próxima geração desses profissionais.
De acordo com uma nota técnica do Banco Interamericano de Desenvolvimento, publicada em novembro de 2012, um aumento de 10% na penetração de banda larga está associado ao aumento de 3,19% no PIB e de 2,61% na produtividade. A adoção independente da tecnologia não é o suficiente se não houver pessoal qualificado para trabalhar o desenvolvimento, a implementação e a manutenção das soluções.
Devemos trabalhar junto com a escola para oferecer aos alunos a base para o sucesso profissional, com o foco nas habilidades de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e do século 21. Essas competências sustentarão a obtenção de emprego e permitirão o sucesso dos alunos na economia do conhecimento. Um sistema educacional flexível, aliado ao ensino de qualidade, nos permitirá criar a próxima geração de profissionais e líderes que contribuirão para a prosperidade econômica e estimularão a inclusão e a igualdade social. Apesar de a tecnologia não substituir um professor, serve para expandir o ensinamento para além da sala de aula.
Empresas do setor privado têm um papel fundamental no auxílio a educadores em todo o mundo para implementar tecnologias de colaboração, conectividade, data centers, mobilidade, vídeo, virtualização e muito mais. Essas tecnologias ajudam a difundir o conhecimento e a melhorar os resultados ao facilitar acesso aos alunos, independente do gênero, da localização geográfica, do histórico econômico-social ou étnico, de doenças ou deficiências.
Cristina McGlew é
gerente de responsabilidade
social da Cisco para
América Latina