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Redes de Aprendência,
uma estratégia pedagógica
Selma Bessa
Educadora do Centro de Referência do Professor, NTE de Fortaleza (CE)
ARede nº 97 – março/abril de 2014
A partir da necessidade de aprimoramento profissional e do aperfeiçoamento na forma de se comunicar e de adquirir conhecimentos relacionados ao uso inovador de tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), os professores do Sistema Público Municipal de Ensino de Fortaleza, no Ceará, participaram, durante o ano de 2013, do curso “Integração de ferramentas digitais e criação de Redes de Aprendência”. Assim, pensar e desenvolver atividades e projetos na sala de aula com a integração da tecnologia ao currículo, com base nas Redes de Aprendência, já é uma realidade para alguns professores participantes desse curso.
O processo de desenvolvimento do curso permitiu ao professor refletir e discutir sobre como se apropriar de tecnologias diversificadas, articular a teoria e a prática e a produção colaborativa de conhecimentos, nas atividades individuais e coletivas por meio de ambientes de aprendizagem e recursos digitais como o Fórum Portal do Professor (do MEC), as redes sociais e blogs. Foi feita uma investigação de cunho quanti-qualitativo, a partir dos resultados processuais e de um questionário aplicado, após o curso, aos professores cursistas.
A pesquisa demonstrou que 95% professores respondentes dinamizaram suas redes exclusivamente em contextos com propósitos didáticos nas disciplinas de língua portuguesa, ciências, matemática, geografia, educação física, inglês e polivalente. Foi verificado que houve uma diversificação no uso de ambientes virtuais: 55% usaram o blog, 32% usaram o Facebook, 9% utilizaram o ambiente educacional Redu.
Sobre a utilização das redes nos diferentes anos e disciplinas, o 5º ano teve a maior representação de uso no contexto da alfabetização e letramento, coincidindo exatamente com o desenvolvimento de atividades pedagógicas em português. Os professores também usaram efetivamente as Redes de Aprendência na sala de aula: 32% inseriram duas vezes por semana atividades relacionadas às redes de aprendência em classe, e ficou comprovado que a sala de aula foi um espaço de trabalho com redes de aprendência como prática pedagógica.
Para fomentar esse processo de ensino e aprendizagem, as redes de aprendência “Conhecer, sentir e reformular a Educação Física” e “Geografia” são exemplos de protagonismo do aluno no uso das redes sociais em uma perspectiva transdisciplinar, onde foram discutidos temas atuais como os esportes e a Copa do Mundo aqui em Fortaleza. A visão transdisciplinar permeou essas redes, pois os professores propuseram atividades entre, por meio de e além dos conteúdos e dos participantes, impulsionando processos efetivos de aprendência.
Essa experiência de formação continuada demonstrou que é possível desenvolver competências no uso de tecnologias digitais a partir do uso de redes de aprendência, com fundamentação e metodologia transdisciplinar. Talvez a partir dessas práticas possamos avançar para uma educação realmente inovadora, em uma escola mais condizente com a realidade atual e com as inúmeras possibilidades que as tecnologias oferecem.
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Esta seção tem a curadoria do grupo Software Livre Educacional, formado por educadores e interessados em organizar e traduzir documentação e softwares livres para educação.