Manoel Horácio, presidente do Instituto TIM
24/06/2014 – Cada vez mais presente na vida das pessoas, a tecnologia tem como um de seus principais benefícios a capacidade de tornar a informação acessível a todos. Enxergamos essa virtude ainda mais clara na tecnologia móvel. Celulares, tablets, laptops permitem que os cidadãos carreguem consigo uma gama de dados, novidades, notícias e a possibilidade de “falar com o mundo” quando bem entenderem, com um simples clique. Algo tão poderoso deve ser utilizado para fins sociais, auxiliando desde a busca por soluções de necessidades específicas de cada comunidade até a criação de políticas públicas a partir do engajamento da sociedade. É a partir da visão de que os recursos tecnológicos podem promover o sesenvolvimento humano que o Instituto TIM trabalha, investindo em aplicações e soluções que contribuam com o objetivo de criar e potencializar recursos estratégicos para a democratização da ciência e inovação, utilizando a tecnologia móvel como um dos principais habilitadores.
Exemplo disso são os projetos Zeladoria Urbana Participativa (ZUP) e Mapas Culturais. Eles dão origem às ferramentas que podem ser adotadas gratuitamente por qualquer prefeitura e resolvem um desafio atual das cidades: promover a participação das pessoas na vida pública e na cultura. A ZUP é uma plataforma de BI (Business Intelligence) que auxilia gestores públicos a reunir informações, planejar, executar e fiscalizar serviços, enquanto incentiva cidadãos a participar da zeladoria urbana, tornando as soluções mais transparentes e eficientes. Já a outra iniciativa, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, resultou na criação de uma ferramenta de gestão cultural e mapeamento colaborativo que fornece um mapa de espaços, eventos e agentes culturais para o cidadão e mostra ao poder público uma radiografia na área de cultura do município.
As tecnologias de informação e comunicação também foram usadas para conhecer o perfil dos moradores de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro. O projeto Agentes da Transformação, parceria com o Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), veio com a proposta de traçar essa realidade e, ao mesmo tempo, oferecer uma alternativa de qualificação profissional e inclusão produtiva por meio de pesquisa. Em 2013, cem estudantes do ensino médio da rede pública de dez comunidades pacificadas foram capacitados em metodologia de pesquisa de campo e se tornaram pesquisadores. Eles fizeram entrevistas em suas regiões usando tablets com software desenvolvido especialmente para este projeto. Neste ano, serão mais 70 jovens capacitados de outras sete comunidades.
Outro destaque é a oferta de cursos abertos e gratuitos baseados em plataformas MOOCs (massive open online courses) e alinhados ao Eixo Tecnológico “Informação e Comunicação” do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O projeto – chamado TIM Tec – surgiu com foco nos jovens com idades entre 18 e 24 anos e que não estudam e nem trabalham, uma parcela de 5,2 milhões de pessoas em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A ideia é lançar mão de novas tecnologias – próximas desse grupo e com grande potencial de alcance – para auxiliá-los na entrada no mercado de trabalho, uma vez que falta capacitação profissional.
Dispositivos móveis também serão utilizados para busca ativa de crianças e adolescentes que estão fora da escola, como parte da parceria entre Instituto TIM e Unicef na iniciativa global “Fora da Escola Não Pode!”. Segundo o 10º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, há 60 milhões de crianças e jovens fora da escola no mundo – 3,8 milhões deles no Brasil. Para mudar essa realidade, antes é preciso conhecer as razões pelas quais esses brasileiros estão excluídos de seu direito à educação. O objetivo da iniciativa será o de identificar crianças e jovens de 4 a 17 anos que estão fora da escola e os motivos, com foco em municípios de regiões consideradas vulneráveis.
Vale destacar que o Instituto TIM tem como preocupação que os projetos e processos tecnológicos envolvidos em suas ações possam ser disseminados pelo país. Todos os softwares e ferramentas priorizaram a adoção de códigos abertos e podem ser adotados gratuitamente por instituições e governos. Afinal, a tecnologia é para todos e queremos que cada vez mais pessoas impactem e sejam impactadas por projetos como os que promovemos e apoiamos.