Aplicação facilita uso de dispositivos móveis por deficientes visuais

VozMóvel oferece novo modelo de interação, baseado na tecnologia de síntese de fala.

09/01/2011 – O CPqD está desenvolvendo, em parceria com o Centro de Prevenção à Cegueira de Americana (SP), uma aplicação destinada a facilitar o uso de dispositivos móveis por pessoas cegas ou com deficiências visuais. Batizada de VozMóvel, a solução utiliza a tecnologia de síntese de voz como base de um novo modelo de interação do usuário com o celular dotado de tela sensível ao toque (touchscreen).
Com o modelo desenvolvido pelo CPqD, a tela do aparelho é dividida em seis quadrantes (áreas), correspondentes às principais funções do celular: realização de chamadas, histórico de ligações, contatos, mensagens de texto (SMS), nível de sinal e de bateria e data/hora. “A escolha dessas funções baseia-se em pesquisa realizada junto aos próprios deficientes visuais”, explica Claudinei Martins, da Diretoria de Tecnologia de Serviços do CpqD, instituição independente com foco na inovação em tecnologias da informação e comunicação.
Na medida em que a pessoa toca ou desliza o dedo sobre a tela touchscreen do celular, uma voz sintetizada informa a função correspondente àquela área. Com mais um toque, ela tem acesso à função. E, se essa função envolver uma informação, como o nível da bateria do aparelho ou uma mensagem de texto recebida, ela também é transmitida por meio do recurso de síntese de voz – que utiliza a tecnologia CPqD Texto Fala.
A primeira versão do VozMóvel, desenvolvida para o sistema operacional Android, passará por um teste de campo em fevereiro, envolvendo um grupo de pessoas atendidas pelo Centro de Prevenção à Cegueira, em Americana, no interior de São Paulo. A instituição é especializada em estimulação essencial, educação e reabilitação de deficientes visuais, mantida pelo Lions Clube Americana Centro.
“O objetivo é avaliar a usabilidade desse novo modelo de interação no dia a dia das pessoas”, afirma Martins. Segundo ele, o foco principal da aplicação são os mais de 6,5 milhões de pessoas cegas ou com grande dificuldade permanente de enxergar no Brasil – de acordo com o Censo 2010 do IBGE. “Mas, no futuro, essa tecnologia poderá beneficiar também idosos, analfabetos e até crianças que ainda não aprenderam a ler”, acrescenta.
No Brasil, as soluções do CPqD são utilizadas por grandes empresas e instituições dos setores de telecomunicações, energia elétrica, financeiro, industrial, corporativo e administração pública. Atuando há 35 anos, conta com 1.300 profissionais. O Centro hoje possui o maior programa de P&D da América Latina e tem como objetivo contribuir para a competitividade do País e a inclusão digital,levando ao mercado tecnologias de produto, sistemas de missão crítica, serviços tecnológicos e consultorias.

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