Ao gastar menos energia e espaço, empresas como a IBM ficam mais eficientes, melhoram sua imagem e faturam com isso.
O verde está na moda, e chegou à indústria de informática e aos
consumidores de seus produtos. A pressão social pela preservação do
meio ambiente passou a contar para a imagem das corporações, mas, como
no mercado dificilmente há ponto sem nó, economizar energia e reciclar
máquinas também geram receitas. Ou uma IBM, por exemplo, não realocaria
US$ 1 bilhão por ano para seu “Project Big Green”. Steve Sams,
vice-presidente de site & facilities da companhia, explica
que aqueles recursos visam acelerar tecnologias e serviços “verdes”;
oferecer aos clientes alternativas para gerir a crise de energia que
afeta a área de tecnologia da informação (TI); financiar um time de
quase mil especialistas em eficiência energética; e, claro, aprimorar
seus próprios produtos e serviços.
Estudiosos do assunto garantem que TI verde será parte dos futuros datacenters
(DCs). A conta é simples, aponta a IDC: nos Estados Unidos, por
exemplo, há dez anos, cerca de 17 centavos de cada dólar gasto em um
novo servidor eram despendidos com energia e resfriamento; hoje, essa
participação pulou para 48 centavos e, se nada mudar, pode chegar aos
78. Boas razões para a TI ecológica pegar, porque, além da economia de
custos, as novas tecnologias já incorporam algum componente ambiental,
e as máquinas ocupam menos espaço. A maior parte dos fabricantes toma o
exemplo dos datacenters para mostrar o que é possível poupar.
Porque o funcionamento e a refrigeração da sua infra-estrutura são
sorvedouros de energia.
A disseminação do uso de servidores, os aumentos do preço da energia e
questões relacionadas a mudanças climáticas levaram os responsáveis
pelas finanças em inúmeras empresas a apontar seus departamentos de TI
como os que mais desperdiçam energia. No ano passado, os datacenters dos EUA consumiram cerca de 61 bilhões de kilowatts por hora, cerca de 1,5%, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental norte-americana.
Estudos citados por Sams no IBM Forum Brasil mostram que o gasto anual de energia por metro quadrado de um datacenter é de 30 a 40 vezes maior do que o de um prédio de escritórios, sendo que os datacenters
dobraram seus gastos de energia nos últimos cinco anos e, 87% deles
foram construídos antes de 2001. Ele destacou, ainda, que os preços da
energia comercial vêm aumentando regularmente. Segundo a IBM, nos
próximos dez anos, as vendas de servidores podem crescer seis vezes, e
a de equipamentos de armazenamento, 69 vezes.
Soluções verdes, garante, podem cortar pela metade as despesas anuais de US$ 2,6 milhões com energia de um datacenter
de cerca de 2,3 mil metros quadrados. A IBM estima que a economia de
energia obtida é equivalente à redução das emissões obtida com a
retirada de 1,3 mil automóveis de circulação; ou à queima de menos 1,6
milhão de toneladas de carvão para a geração de energia. Tais soluções
envolvem vários componentes de um datacenter, sobretudo os
maiores gastadores de energia que são, em ordem decrescente, o sistema
de refrigeração, o fornecimento ininterrupto de energia elétrica e os
aparelhos de ar condicionado.