A inclusão digital faz a festa

A inclusão digital faz a festa

Projetos ganhadores do Prêmio ARede 2009 mostram o melhor da inclusão social por meio do uso das novas tecnologias

Arede nº54 dezembro/2009 – Uma cerimônia que gratificou a todos, premiados e público, marcou a entrega do Prêmio ARede 2009. Em noite de comemoração, dia 16 de novembro, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, foram revelados os nove vencedores da terceira edição do prêmio, mais a Personalidade do Ano. Os ganhadores, porém, foram muitos mais: os milhares de jovens, adultos, estudantes, idosos, comunidades, pequenos empreendedores e tantos outros beneficiados pelos projetos de inclusão distribuídos por todo o país.

Os vencedores do Prêmio ARede 2009 foram escolhidos entre mais de 200 inscritos. A quantidade de projetos com foco no processo de ensino-aprendizagem foi tamanha e os projetos apresentaram tanta qualidade que, este ano, foram concedidos dois prêmios na categoria Especial Educação. Durante a cerimônia, houve também o lançamento do Anuário ARede de Inclusão Digital (ver pág. 42). “É a primeira vez, no país, que se tem um panorama de todas as ações de inclusão digital realizadas pelo poder público”, explicou Lia Ribeiro Dias, diretora da Momento Editorial, ao anunciar o lançamento do anuário. “Essa é a nossa contribuição, após cinco anos editando a revista ARede, para fazer avançar no Brasil a inclusão digital, que consideramos ferramenta importante para a inclusão social de todas as gerações, especialmente de crianças e jovens de baixa renda.”

Marcos Monteiro, secretário em exercício de Gestão Pública do estado de São Paulo, que representou o governador José Serra, disse que a variedade e a qualidade dos projetos mostra que o uso da tecnologia para promover, de várias maneiras, a cidadania digital, é um processo enraizado no setor público. “É muito bom ver o quanto há de iniciativas espalhadas e estar ao lado de pessoas do governo federal que também estão nesta batalha”, disse ele. Monteiro recebeu o prêmio da modalidade Setor Público Estadual, concedido à Ponline, pesquisa anual de avaliação do programa Acessa SP.
“Quando trabalhei como avaliador de políticas públicas, na área social, o acesso à tecnologia da informação não era uma temática frequente em projetos sociais”, constatou o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE). “Agora, entende-se que o acesso à comunicação de qualidade é um direito e uma forma de promover a equidade social.” É preciso, no entanto, muito trabalho para que esse consenso resulte em mudanças de fato, acrescentou Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República e coordenador do Programa de Inclusão Digital do governo federal. “É impressionante a dicotomia do senso comum, que idealiza as novas tecnologias e, ao mesmo tempo, enxerga os computadores como simples lousas eletrônicas”, avaliou Alvarez. A professora Léa Fagundes, eleita Personalidade do Ano 2009, alertou: “A própria instituição responsável pela educação e pelo desenvolvimento pessoal e social precisa mudar. A escola tem de ser incluída na cultura digital”.

A inclusão pela arte
Tema permanente da revista ARede, a inclusão cultural gera oportunidades para crianças e jovens, valoriza as expressões populares regionais e promove a democrática diversidade de convicções. Por isso, a festa de entrega do Prêmio ARede 2009 foi animada pela Orquestra Jovem de Percussão Árabe – uma iniciativa do Ponto de Cultura Instituto Jerusalém do Brasil, do Programa Cultura Viva, resultado de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a Prefeitura Municipal de Campinas.

Formada por 15 estudantes da rede pública, entre 10 e 16 anos, a orquestra é regida pelo maestro William Bordocan, que ensina os meninos e meninas a tocar instrumentos de percussão árabe como o derbake, o daf e o ketem. O projeto tem a orientação pedagógica da professora Aída Gamal e a gestão do professor Ali El-Khatib.