ABNT e ISO rejeitam OOXML

Depois de uma extraordinária mobilização de ativistas e lideranças do movimento do software
livre, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) decidiu
rejeitar a proposta de adoção do formato de documentos Office Open XML,
defendido pela Microsoft. A posição brasileira junto à ISO-Organização
Internacional para Padronização foi pela não-adoção, com justificativas
técnicas. “O voto do Brasil que está sendo enviado pela ABNT à ISO é de
desaprovação pelas razões técnicas apontadas pelo GT2 da CE [grupo de
trabalho2/comissão de estudo]”, informou o comunicado oficial de
Eugenio De Simone, diretor de normalização da ABNT. Ao longo dos
debates na ABNT (onde a rejeição ganhou por 27 a 24 votos), cuja
relatoria esteve com um funcionário da Microsoft, alguns movimentos
foram importantes para neutralizar as pressões feitas pela
multinacional. O coordenador de inclusão digital e assessor da
Presidência da República, Cezar Alvarez, levou pessoalmente ao
Ministério das Relações Exteriores a posição do governo, a favor do ODF
(Open Document Format), padrão livre e  concorrente ao OOXML; e o
deputado Paulo Teixeira (PT/SP) articulou uma reunião sobre o tema com
representantes de órgãos governamentais. Também o Idec-Instituto de
Defesa do Consumidor, em São Paulo, encaminhou pedido oficial para que
a ABNT votasse contra o padrão Open XML.

No dia 2 de setembro, a ISO rejeitou o OOXML (para aceitá-lo precisaria
de 66% de aprovação, mas conseguiu 58%). Diante do resultado, a
Microsoft solicitou nova votação, o que poderá acontecer em fevereiro
de 2008, durante o Board Resolution Meeting, em Genebra. Até lá, vai
tentar construir argumentos para rebater os comentários apresentados
contra o formato. Votaram contra, entre outros, França, Brasil,
Holanda, China e Índia.