Por Áurea Lopes
28/06/2010 – O número de domicílios brasileiros onde há pelo menos um computador — em 2010, o equivalente a 35% das residências do país — subiu 9%, de 2009 para 2010. Bem menos do que o crescimento apresentado no período 2008-2009, de 28%. No entanto, o aumento mais significativo aconteceu nas áreas mais carentes de acesso às novas tecnologias: regiões Norte (cresceu 21%) e Centro-Oeste (18%). As demais regiões se mantiveram praticamente estáveis. O acesso de computadores residenciais à internet se expandiu em 13%, de 2009 para 2010, atingindo a taxa de 27% dos domicílios brasileiros. Os melhores desempenhos, em aumento de conexões, também foram das regiões Centro-Oeste (32%) e Norte (40%). Em relação a classes sociais, a conexão teve aumento de 14% na classe C, mas permaneceu estável nas classes A, B, D e E.
Esses dados, divulgados hoje pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), são resultantes da sexta Pesquisa TIC Domicílios, feita pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estudo, elaborado a partir de informações coletadas em mais de 24 mil domicílios, apontou um crescimento abaixo da média anual de posse de computadores (de 18%, entre 2005 e 2010). Mas, de acordo com os técnicos responsáveis pela pesquisa, não significa necessariamente uma tendência de desaceleração. “A oscilação do ritmo de crescimento é bastante natural e pode ser influenciada por inúmeros fatores socioeconômicos”, diz Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br.
A pesquisa TIC Domicílios 2010 indicou ainda que, em relação a 2009, o uso da internet teve o maior crescimento proporcional (44%) entre indivíduos com baixa escolaridade, em especial analfabetos e estudantes do ensino infantil. Outro aumento significativo (19%) foi verificado entre os entrevistados com ensino fundamental. Porém, no que diz respeito às atividades realizadas na internet, o item Educação apresentou uma queda de 9%.
Conexões
O acesso discado continua perdendo terreno para a banda larga fixa, que em 2010 cresceu 3% na zona urbana e 16% na zona rural, e para a banda larga móvel, que cresceu 67% na zona urbana e 63% na zona rural. De acordo com os pesquisadores, o aumento expressivo de conexões de banda larga móvel é reflexo da ampliação de novas tecnologias móveis, principalmente a tecnologia 3G. E houve melhora nas velocidades de tráfego: a conexão de até 2 Mbps passou de 15% para 24% dos domicílios brasileiros; e a conexão superior a 2 Mbps de 7% para 15% dos domicílios brasileiros. Cerca de 13% dos acessos ainda são discados.
A pesquisa revelou um crescimento considerável do acesso à internet no domicílio: 57% dos acessos em 2010 foram feitos em casa. Apenas 4% foram em centros públicos de acesso gratuito, taxa estável em relação ao ano de 2009. Porém, os dados apontaram queda de 13% no uso da internet em centros públicos de acesso pago. E revelaram as principais barreiras para o acesso à internet nos domicílios brasileiros: 49% das residências não têm acesso à internet devido ao alto custo do serviço e 23% devido à falta de disponibilidade na área.
Comunicação móvel
Em 2010, a proporção de domicílios com computadores portáteis e telefones celulares deu um salto. A penetração dos notebooks nos domicílios brasileiros cresceu mais de 60% — 31% na classe A, 53% na classe B e 67% na classe C. Entre os segmentos mais pobres, aumentaram os telefones celulares: na zona rural, houve um crescimento de 17% de indivíduos portadores de celular, em relação a 2009. Na região Nordeste, foi identificado o maior crescimento de indivíduos com aparelho celular, 24%. Nas classes D e E, o crescimento foi 23%.
A Pesquisa TIC Domicílios 2010 completa está em
www.cetic.br/usuarios/tic/2010/index.htm