Apenas 10 em cada 100 brasileiros acessam banda larga fixa, diz Ipea

 

18/12 - Índice é pior em estados do Norte e Nordeste, onde a média é inferior a 4 a cada 100 habitantes.

 

Lúcia Berbert
Do Tele.Síntese

18/12/2013 -Dados divulgados hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, embora tenha dobrado entre 2010 e 2012, a quantidade de brasileiros conectados por banda larga à internet ainda é bem inferior à média mundial. A pesquisa mostra que a desigualdade nos acessos se assemelha à distribuição de riqueza no país, com estados do Norte e Nordeste apresentando menos gente conectada em alta velocidade do que os estados de Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

De 2010 a 2012 foi registrado aumento de oferta de banda larga fixa no Brasil de 42,1%. Ainda assim, a relação de acessos por cem habitantes se mantém baixa para padrões internacionais, em 10,05. Conforme a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média de países-membros para este indicador é de 26,29 acessos por cem habitantes. O estudo do Ipea traça as características da demanda por internet fixa no Brasil.

Segundo o artigo, publicado no boletim Radar, países como o Canadá (32,44) e a Austrália (25,2), por exemplo, têm valores muito superiores. Porém, o estudo sustenta que os desníveis entre estados e regiões ainda são mais significativos. Estados como Amapá e Maranhão, apresentam baixa densidade, 1,58 e 1,87 respectivamente, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro, sustentam índices de 18,0 e 13,57.

“O desnível fica mais evidente quando se observa a densidade por regiões. O Norte e o Nordeste estão no patamar mais baixo (3,23 e 4,0 respectivamente); o Centro-Oeste, em patamar intermediário (8,65); enquanto o Sul e o Sudeste apresentam densidade superior a três vezes as primeiras (12,26 e 14,59)”, ressaltam os autores do estudo, João Maria de Oliveira e Calebe de Oliveira Figueiredo. Segundo eles, a expansão das conexões no Brasil é indicada também pela quantidade de municípios sem acesso. Em 2010, eram 462 municípios, contra apenas dois em 2012.

Os pesquisadores recomendam o incentivo à competição entre as empresas de telecomunicações como primeiro passo para reverter esse quadro de desigualdades. Além disso, sugerem a adoção de políticas públicas que atuem sobre o ambiente competitivo das empresas, no sentido de fomentar a competição nos menores municípios e nas regiões Norte e Nordeste.