Brasil tem 54 milhões de internautas
O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou a TIC Domicílios 2008, quarta edição da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil. Nos últimos quatro anos, a posse de computadores nos domicílios cresceu em média 18% — mais rápido que o número de domicílios com conexão à internet, que cresceu 16%. A diferença entre domicílios com computador e domicílios com conexão à internet era de quatro pontos percentuais na primeira edição da pesquisa, em 2005, e passou para oito pontos percentuais em 2008. De acordo com o CGI.br, o custo elevado continua a ser a principal barreira para a posse do computador e para a conexão à internet nos domicílios. Em 2008, o Brasil chegou a 60 milhões de usuários de computadores (38% da população) e 54 milhões de usuários de internet (34% da população).
Na área rural, a falta de internet é um dos principais desafios. Embora 21% da população rural tenha declarado ter utilizado computador nos 12 meses anteriores à pesquisa, apenas 18% são efetivamente usuários. Na área urbana, os usuários de computador chegam a 41%.
O acesso à internet nos centros públicos pagos (lanhouses) ficou estável, em 47%, entre 2007 e 2008. O acesso em escolas caiu de 21%, em 2005, para 14% em 2008. Nos centros de acesso públicos gratuitos, caiu de 6% em 2007 para 3% em 2008. Contando apenas 54 milhões de pessoas que acessaram a internet até três meses antes da realização da pesquisa, nas regiões urbanas, 25,8 milhões usaram lanhouses; 22,8 milhões acessaram em seus domicílios; 11,3 milhões no trabalho; 11,8 milhões em casa de amigos; 7,8 milhões na escola; 1,9 milhão em telecentros e 149 mil em outro lugar. Os números da pesquisa estão em www.cgi.br.
Uso intenso, pouco acompanhamento
Confirmando outros estudos similares, o Brasil se destacou pelo alto número de crianças e jovens quenão só navegam, mas também produzem conteúdo na internet, de acordo com uma pesquisa realizada pelo programa EducaRede, da Fundação Telefônica, sob a coordenação de pesquisadores da Universidade de Navarra. A pesquisa, que resultou na publicação A Geração Interativa na Ibero-América: Crianças e adolescentes diante das telas, aferiu o uso de diferentes tecnologias — internet, celular, videogame e televisão — por 25.467 estudantes entre 6 e 18 anos de escolas públicas e privadas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela, no período de outubro de 2007 a junho de 2008.
Perfil dos estudantes brasileiros
A pesquisa da Fundação Telefônica com jovens do Brasil mostrou que:
? 46% não têm acompanhamento de pais ou professores no uso da rede
? 20% têm página web ou blog
? 50% dizem que nenhum professor utiliza a internet para explicar matéria ou estimula o uso da rede
? 60% acessam a internet em lanhouses
? 72% declaram gostar do Messenger porque podem conversar com seus amigos.
? 50% têm e conheceram pessoalmente amigos virtuais
? 20% gastam mais de duas horas diárias jogando. Os brasileiros são os que gastam mais horas diárias com videogames em relação a jovens da Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela;
? 50% reconhecem que fazem lição de casa assistindo televisão.
As Leis do povo
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) protocolou, dia 9 de março, um Projeto de Lei (PL n°4805/09) para permitir o encaminhamento de projetos de iniciativa popular por meio de assinaturas eletrônicas, pela internet. Um PL é uma proposta a ser votada pelo Congresso Nacional. Se aprovada, se torna lei. A Constituição Federal prevê a apresentação de projetos pelos poderes Legislativos, Executivos e pela iniciativa popular. Os projetos de iniciativa popular precisam ser acompanhados de assinaturas de no mínimo 1% do eleitorado nacional, distribuídos por pelo menos cinco estados. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil tinha, em fevereiro de 2009, 130,78 milhões de eleitores. Isso significa que um projeto de iniciativa popular precisa de 1,3 milhão de assinaturas. Hoje, a burocracia na coleta de assinaturas e a obrigação do encaminhamento das listas nominais até Brasília inibem as ações de caráter público. Nenhuma proposta de caráter popular tramitou no Congresso desde 1998. O projeto do deputado Paulo Pimenta, batizado de Cidadão Digital, criará mecanismos para que qualquer pessoa, em qualquer parte do país, apresente ou declare adesão às propostas de iniciativa popular pela internet.
Uma no cravo…
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência do Ministério da Ciência e Tecnologia, vai investir R$ 34,6 milhões no desenvolvimento de tecnologias sociais em empreendimentos econômicos solidários em áreas urbanas e rurais ou na implantação de centros de inclusão digital em áreas rurais. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O objetivo da chamada pública é contribuir para a redução da pobreza e das desigualdades sociais, além de democratizar o acesso às tecnologias de informação e comunicação em áreas rurais do país. Cada estado, por meio de sua secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, poderá apresentar uma única proposta contemplando uma ou ambas as linhas temáticas. As propostas deverão ser enviadas à Finep por formulário eletrônico até o dia 22 de maio. O formulário estará disponível em www.finep.gov.br.
… outra na ferradura.
A Microsoft e a Finep anunciaram, dia 26 de março, no Fórum de Líderes de Governo das Américas, uma parceria para estender os benefícios do Microsoft SOL às empresas de tecnologia inscritas no programa Primeira Empresa Inovadora (Prime). O programa SOL fornece ferramentas tecnológicas a custo simbólico. E o Prime é um programa para estimular o desenvolvimento de empresas nascentes com alto valor de conhecimento agregado. Em 2009, o Prime investirá
R$ 230 milhões em novas empresas que criem produtos inovadores. Ao se inscrever no Microsoft SOL, as empresas têm acesso a um pacote com 25 licenças de 55 softwares Microsoft, via download, por até três anos. Ao final desse período, pagam uma taxa única de valor simbólico (US$ 100). E a Microsoft passa a contar com um precioso banco de dados de potenciais futuros clientes.