Banda larga por fibra óptica promove a inclusão digital dos povos indígenas de Oiapoque

20/03 - Promessa é de que internet chegue a pelo menos 10 das 41 aldeias, como contrapartida de operadoras de telecomunicações.

Da redação, com assessoria de imprensa

20/03/2014 – Além da população urbana de Oiapoque, localizada a 590 quilômetros de Macapá (AP), os povos indígenas do município também serão beneficiados com a conexão de internet banda larga por fibra óptica. Das 41 aldeias existentes na região, onde vivem em torno de 7,1 mil índios, pelo menos dez terão um ponto de internet, além do Museu Kuahi dos Povos Indígenas, localizado na sede da cidade.

O fornecimento do serviço está entre as compensações garantidas pelo consórcio da operadora de telefonia Oi, responsável pela implantação da rede de fibra  que inclui terras indígenas.

O lançamento da banda larga aconteceu na segunda-feira, 17, em solenidade no Teatro das Bacabeiras. Participaram do evento cerca de 20 lideranças indígenas, cuja presença foi enaltecida pelo governador do Amapá, Camilo Capiberibe. “O povo indígena ajudou a implantar a fibra óptica. Eles foram fundamentais para que esse sonho se tornasse realidade”, mencionou, durante pronunciamento referindo-se às negociações da compensação.

Inclusão digital

Um dos que participaram do lançamento em Macapá foi o vice-cacique da aldeia Kumarumã, etnia Galibi Marworno, Luiz Campos dos Santos, de 38 anos. Ele disse que acreditou na conexão de internet como mais uma ferramenta de educação para os três filhos que já estudam, além de facilitar a comunicação com parentes distantes e ainda se informar sobre políticas públicas para os índios. “Esse é um anseio dos professores e alunos que aguardavam há muito tempo a chegada da internet, a qual poderá ajuda-los em trabalhos de pesquisa”, comentou.

O presidente do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque (CPIO), Paulo Roberto Silva, considerou que eles precisam acompanhar a evolução da tecnologia para melhorar a condição de vida em suas comunidades. “Estamos sempre buscando alternativas para isso. Antigamente, por exemplo, não precisávamos de energia elétrica nem de telefone, agora é uma necessidade”, argumentou.

Para o cacique Paulo, a tecnologia dentro das comunidades não ameaça a cultura indígena: “A tradição está dentro de cada um de nós. Não vai desaparecer. Não podemos fugir das transformações da sociedade. Não podemos mais viver isolados”, avaliou.

Além da internet, a compensação também inclui cursos de capacitação; implantação de dois laboratórios de informática no polo base da aldeia Manga; entrega de 40 rádios de transmissão para facilitar a comunicação entre os caciques e monitoramento por câmeras na Rodovia BR-156 nos trechos onde vivem os índios, entre outros benefícios.