Brasil inaugura o futuro do cinema

Durante o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), pesquisadores transmitiram um filme digital em super alta definição (4K) para dois países ao mesmo tempo.

05/08/09 – O Brasil está entre os países que detêm uma das melhores infraestruturas para transmissão de cinema em alta velocidade do mundo. No dia 30 de julho de 2009, um grupo liderado por pesquisadores da Universidade Mackenzie, de São Paulo, em conjunto com mais de 60 pesquisadores no Brasil e no mundo realizaram um feito inédito na história das redes e do cinema: transmitiram através de fibras ópticas (redes fotônicas) com velocidade em torno de 10Gbps um filme digital em super alta definição (4K) para dois países ao mesmo tempo.

O Digital Media Center (DMC), da Universidade de Keio no Japão e o Calit2 da Universidade da Califórnia em San Diego, Estados Unidos, puderam assistir em tempo real ao filme “Enquanto a noite não chega”, com direção de Beto Souza e Renato Falcão, com definição superior a 8.000.000 de pixels por frame. O formato 4K, como é conhecido esse novo processo de renderização de imagens cinematográficas, já foi aceito como a resolução mínima dos filmes que substituirão os padrões atuais pela DCI (Digital Cinema Initiatives), uma associação que congrega os sete maiores estúdios de Hollywood.

As instalações das redes que fizeram a transmissão do primeiro experimento nessa área no mundo foram criadas para servir e interligar grandes centros de pesquisa ao redor do mundo. A experiência pioneira de utilizar essa infraestrutura para a transmissão de cinema foi um marco na criação de novas formas de utilização dessas redes e também colocou o Brasil em um novo patamar em termos de distribuição, acesso e interligação de grandes bases de dados, que agora além de dados científicos e tecnológicos, passam a também distribuir cultura em forma de imagens em movimento, animações, performances teatrais, óperas e concertos. As redes utilizadas na transmissão são conhecidas como Kyatera, da FAPESP, ANSP e RNP que, como mostra o gráfico abaixo, passam nas universidades que possuem pesquisa na área de redes e fibras ópticas. As redes de alta velocidade também são chamadas de redes fotônicas.

A matéria é de Cicero Inacio da Silva, um dos organizadores do File, e está publicada no Fórum da Cultura Digital Brasileira. Cicero fez dois textos sobre o assunto. Veja a cobertura completa e os comentários dos leitores, que também trazem informações preciosas, aqui. E aqui.